CGU aponta desvio de R$ 12 mi em fraudes na compra de remédios

Onze empresas da Paraíba e de Pernambuco participaram da prática de crimes e desvios de recursos públicos na ordem de R$ 12 milhões destinados à aquisição de medicamentos pela Prefeitura de Cabedelo em 2018, segundo investigações da Operação Xeque-Mate. Na manhã desta terça-feira (8), a Polícia Federal cumpriu oito mandados de busca e apreensão na quinta fase da Operação, que teve entre outros alvos o ex-deputado federal André Amaral Filho e o seu pai André Amaral.

De acordo com o diretor de operações da Controladoria Geral da União (CGU), Israel José Reis de Carvalho, foi identificado um conluio de empresas que fraudavam o processo licitatório na aquisição de medicamentos da administração pública em Cabedelo.

“A Controladoria fez um levantamento dos últimos anos dos recursos envolvidos. Primeiramente fizemos um levantamento de 2014 a 2018, identificamos algo em torno de 170 milhões de reais na aquisição de medicamentos”, disse. “A CGU fez um corte envolvendo recursos municipais e federais com os contratados celebrados pelo município e, foi identificado, um grupo de empresas que se juntavam a partir de conluios para fraudar o processo licitatório”, complementou.

No apartamento do pai do ex-deputado André Amaral Filho, foram apreendidos documentos, processos licitatórios, dinheiro, mídias eletrônicas e uma agenda que indicam, segundo o o delegado da Polícia Federal responsável pelas investigações, Fabiano Emídio, o envolvimento do clã Amaral no esquema.

“Essas contratações irregulares muitas vezes são superfaturadas, permitindo que esse excesso de dinheiro retorne aos agentes públicos em forma de propina”, sintetizou o delegado.

Além do clã Amaral, foram alvos da quinta fase da Xeque-Mate, o empresário e ex-secretário de Transportes de Cabedelo, Reuben Cavalcanti; Vina Lúcia Ribeiro, em Cabedelo; Antônio Carlos Almeida Sobrinho e José Aldênio de Melo Alencar, no Recife; e a sede da empresa Almed, em João Pessoa.

A quinta fase da Operação foi autorizada pela 16ª Vara da Justiça Federal da Seção Judiciária da Paraíba e contou com a participação de 50 Policiais Federais, que apreenderam uma quantia em dinheiro com valor ainda não divulgado.

Os investigados poderão responder pelos crimes de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude licitatória, previstos, cujas penas, somadas, poderão chegar a mais de 30 anos de reclusão.

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