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Polícia e MP prendem 31 em operação contra a milícia na Zona Oeste

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do RJ iniciaram na manhã desta quinta-feira (30) uma operação contra a milícia na Zona Oeste do Rio.

Até a última atualização desta reportagem, havia 31 presos. Um deles é o policial civil Jorge Luiz Camillo Alves, que serve na 16ª DP (Barra). Ele foi levado para a Corregedoria da secretaria.

A Justiça emitiu 44 mandados de prisão preventiva e outros de busca e apreensão contra 45 denunciados de pertencer a grupos paramilitares.

Conversas entre Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, e um policial civil denunciado — preso nesta manhã — foram usadas nas investigações. Um servidor da Fundação Parques e Jardins, vinculada à Prefeitura do Rio, também é um dos alvos.

A ação desta quinta é um desdobramento da Operação Intocáveis, de janeiro de 2019. Na ocasião, 13 pessoas foram denunciadas, e cinco homens foram presos.

Esta Intocáveis II utilizou dados das investigações da Operação Lume, de março, quando foram presos Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Às 7h, equipes estavam em Rio das Pedras, uma das comunidades dominadas por paramilitares.

O Ministério Público do Piauí, onde quatro denunciados estariam residindo, apoiou a operação no cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão naquele estado.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca da Capital.

Do celular do policial militar reformado Ronnie Lessa — preso há quase um ano na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) –, os investigadores retiraram conversas.

O MP destaca uma “intensa sequência de diálogos” entre Ronnie e o policial civil Jorge Luiz Camillo Alves, que serve na 16ª DP (Barra), um dos denunciados desta Intocáveis II.

“Ronnie Lessa, em vários trechos dos diálogos, se refere a ele como o ‘Amigo da 16’, numa referência à delegacia onde o mesmo está lotado”, diz o MP.

O MP afirma que a região de Rio das Pedras e da Muzema está sob o jugo de milicianos desde junho de 2014.

Os promotores sustentam que a quadrilha é chefiada por Dalmir Pereira Barbosa, Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz.

O MP também afirma que os denunciados contam com a participação de agentes públicos, ativos e inativos, em especial da PM e da Civil, com informações privilegiadas.

A milícia de Rio das Pedras, segundo o MP, comete os seguintes crimes:

  • grilagem;
  • construção e venda e locação ilegais de imóveis;
  • posse e porte ilegal de arma de fogo;
  • extorsão de moradores e comerciantes;
  • cobrança de taxas referentes a ‘serviços’ prestados;
  • ocultação de bens adquiridos com as atividades ilícitas por meio de ‘laranjas’
  • pagamento de propina a agentes públicos;
  • agiotagem;
  • utilização de ligações clandestinas de água e energia nos empreendimentos imobiliários ilegalmente construídos.
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