Comissão da OAB-PB diz que Colégio Interactivo foi vítima de fake news ao ser acusado de LGBTFobia contra aluno

A Comissão de Combate a LGBTFobia da OAB-PB analisou o caso do Colégio Interactivo, em João Pessoa, acusado de LGBTFobia contra um estudante que teve a bolsa de estudos cancelada. A entidade ouviu a escola, tentou conversar com os pais do menor que fez o relato, e concluiu que a instituição e o menino foram vítimas de fake news divulgada no Twitter, por um colega.

Na nota da Comissão da OAB-PB, o caso gira em torno da bolsa de estudos cancelada. O Interactivo argumentou que não somente um aluno teve o benefício cancelado e que tem critérios para a renovação e concessão de bolsas.

A escola apresentou provas de que não cancelou a exposição sobre Frida Kahlo pelo fato da artista ser conhecida como mulher bissexual.

O Interactivo está tomando medidas judiciais em relação ao estudante que divulgou as mensagens do colega nas redes sociais.

A nota da Comissão da OAB-PB, no entanto, não trata das acusações feitas pelo aluno no Twitter. Esse aluno falou na rede social que foi testemunha de atitudes de preconceito na escola, dizendo que alunas foram advertidas pela ‘proximidade’ que havia entre elas e que um casal de meninos gays foi advertidos por andar de mãos dadas.

Quando da reportagem sobre a acusação de LGBTFobia, o ClickPB entrou em contato com o Colégio Interactivo, o qual enviou nota em resposta a todos esses questionamentos.

Veja abaixo a nota da Comissão Combate a LGBTfobia da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB) e nota do Colégio Interactivo

Comissão da OAB-PB apura denúncia de fake news sobre LGBTfobia em colégio de João Pessoa

A Comissão de Combate a LGBTfobia da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), instaurou procedimento interno de investigação após ser acionada pela sociedade civil para acompanhar um caso de suposto crime de LGBTfobia envolvendo a escola privada da capital, Interactivo Colégio e Curso.

A noticia fora propagada na mídia a nível nacional, acusando a instituição de ensino de LGBTfobia em ofensa aos menores não identificados nesta matéria a fim de preservação. A denúncia em questão constavam prints de mensagens privadas de um dos menores, alegando que eram bolsistas da instituição de ensino ele e seu irmão gêmeo, e as respectivas bolsas foram cessadas por motivação LGBTfóbica, no final do ano acadêmico de 2019.

Constava ainda na denúncia, a existência de episódio de LGBTfóbia na escola, no tocante a censura de uma exposição artística dedicada a pintora Frida Kahlo, vivida no período que compreende 1907 a 1954, pelo fato da mesma ser abertamente bissexual.

Em face da denúncia, representantes da Comissão de Combate a LGBTfobia e da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB se reuniram nessa segunda-feira (03), com diretores e o setor jurídico da escola para averiguar a denúncia, oportunidade em que apresentou sua versão dos fatos e as respectivas provas.

“A família dos menores, mesmo devidamente contactada pela OAB-PB, quedou-se inerte em se manifestar, não retornando nenhuma de nossas tentativas de contato”, disse Klêrysthon Carolino, presidente da Comissão de Combate a LGBTFobia.

Durante a audiência, a instituição de ensino afirmou que baseia seus trabalhos em valores éticos e todos esses valores são alinhados com os responsáveis e respectivos alunos no momento da matrícula. Quando questionada sobre a revogação da bolsa de estudos dos menores, a instituição disse que possui critérios que ensejam na manutenção ou renovação do benefício, entre eles boas notas, bom comportamento, disponibilidade financeira da instituição e, para as relacionadas ao esporte, freqüência nos treinos e também nas aulas.

Informou que apenas um dos menores teve sua bolsa de estudos revogada e que tinha sido manifestado pelo responsável legal que não manteria o outro irmão estudando na instituição mesmo com a bolsa. Informou ainda que o menor não foi o único a ter sua bolsa revogada, apresentando na oportunidade outros alunos que também perderam suas bolsas.

Quando questionada acerca do episódio em que fora acusada de censura, quanto a não permissão da realização da exposição artística dedicada a pintora Frida Kahlo, informou a escola que se tratava de mais uma fake news vinculada a seu nome, uma vez que o evento ocorreu na data programada, apresentando na oportunidade fotos que comprovam suas alegações.

A escola informou ainda que possui um programa chamado PROJETO ATITUDE, que tem por objetivo o combate ao bullying no ambiente escolar relacionado a cor de pele, equidade de gêneros, orientação sexual, identidade de gênero, liberdade religiosa e que mantém quatro canais de denuncias disponibilizadas aos alunos e nunca recebeu quaisquer queixa envolvendo LGBTfobia.

Por fim, esclareceu a instituição de ensino que entende que os menores envolvidos são tão vítimas quanto ela, aja vista que, a propagação do caso se deu através de prints de conversas em grupo privado do aplicativo whatsapp, que foram divulgadas por um terceiro já identificado, que incitou cada vez mais a propagação da falsa notícia, e não pelos menores envolvidos. Concluiu informando que as medidas judiciais em desfavor do terceiro já estão sendo tomadas.

Quanto ao caso, o presidente da Comissão de Combate a LGBTfobia, Klêrysthon Carolino, informou que “ao averiguarmos fatos e as provas apresentadas, ao final da investigação instaurada concluiu pela inexistência de pratica do crime de LGBTfobia, que fora erroneamente atribuído a instituição de ensino.

“Entendendo que o Colégio é mais uma vitima das fake news que tomaram conta de nosso pais ultimamente. Salientamos também que não se pode qualquer situação desfavorável envolvendo um individuo LGBT, ser encarada imediatamente como crime de LGBTfobia. Todos os casos devem ser investigados com o rigor necessário para que não seja praticada nenhuma injustiça”, finalizou.

Veja a nota do Interactivo

Nota de esclarecimento Interactivo Colégio e Curso

O Colégio Interactivo, ao longo dos seus 20 anos de história em serviços prestados para as famílias paraibanas e sendo referência em ensino de qualidade em João Pessoa, viu com perplexidade as falsas e levianas acusações que foram disseminadas em algumas redes sociais da internet.

Queremos esclarecer a toda a sociedade que o Colégio Interactivo, incluindo toda a direção, todo o corpo docente e demais colaboradores da instituição, não faz qualquer tipo de discriminação de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer tipo de acepção de pessoas, sejam de dentro do ecossistema da escola ou não. O Interactivo repudia veementemente tais praticas em suas unidades, tendo, inclusive um programa de prevenção e combate à violência sistemática implementada por meio do Projeto denominado “Atitude”, existente há cerca de quatro anos.

O Colégio Interactivo ainda esclarece que anualmente oferece descontos e bolsas integrais a estudantes, que são concedidas e reavaliadas individualmente e em acordo com critérios claros baseados no desempenho dos alunos, bem como disponibilidade financeira – pontos alinhados previamente entre pais/responsáveis e escola e em conformidade entre as partes, ressaltando que a não renovação de bolsas ou descontos não é impeditivo que o beneficiado continue estudando na escola.

Portanto, a direção da escola deixa claro que é a favor da liberdade de expressão, e que baseia seus valores em ética, lealdade, afetividade, compromisso e cristianismo, bem como investe no conforto no ambiente de estudo e convivência e, essencialmente, nas pessoas que utilizam e usufruem de nossa estrutura e que também acreditam na nossa essência para construir seu futuro sócio-educacional.

A direção.

Diário da Paraíba com ClickPB