“Morre hoje, 29, o jornalista Gilberto Dimenstein. A luta contra o câncer levou o fundador da Catraca Livre, mas sua determinação em construir uma comunidade mais igualitária, saudável e gentil, continua nesta página”, diz uma postagem publicada no perfil do site nas redes sociais.
Autor de mais de 10 livros, Dimenstein lutava desde 2019 contra um câncer no pâncreas. Segundo divulgado pelo portal Catraca Livre, do qual o jornalista era fundador e dono, ele morreu às 9h, enquanto dormia.
Dimenstein deixa dois filhos, Marcos Dimenstein e Gabriel Dimenstein, a esposa, Anna Penido, e um neto.
Em um vídeo postado numa rede social em abril, o jornalista disse que vivia o momento mais difícil de sua vida.
“Meu nome é Gilberto Dimenstein, sou fundador do Catraca Livre, sou presidente do Conselho da Orquestra Sinfônica Heliópolis, e vivo o momento mais difícil da minha vida. Estou há oito meses lutando contra um câncer de pâncreas que criou metástase. Estou lutando, ainda vou vencer, mas estou lutando”, disse.
Paulistano e de origem judaica, Dimenstein se formou em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, na capital paulista.
Em 1994, ganhou o prêmio Jabuti de melhor livro de não ficção pelo então recém-lançado “O Cidadão de Papel”. Na obra, o autor busca mostrar o desrespeito aos direitos humanos na nossa sociedade. O livro relaciona o assassinato de crianças, a violência, a fome e a falta de escola com o desenvolvimento da economia e o desemprego.
Dimenstein também escreveu livros como “As Armadilhas do Poder – Bastidores da Imprensa” (1990), Meninas da Noite” (1992), “Democracia em Pedaços” (1996), “Quebra-Cabeça Brasil – Temas de Cidadania na História do Brasil” (2003) e “Aprendiz do Futuro – Cidadania Hoje e Amanhã” (2005) .
Ele trabalhou também como colunista no jornal “Folha de S. Paulo” e como comentarista da rádio CBN, dos quais se desligou para se dedicar a um projeto particular, o site Catraca Livre, uma plataforma multimídia de jornalismo educativo que divulga atividades culturais gratuitas em São Paulo.
Na “Folha de S.Paulo”, foi diretor na sucursal de Brasília e correspondente em Nova York.
Ao longo da carreira como jornalista, trabalhou também em outros veículos de comunicação, como “Jornal do Brasil”, “Correio Braziliense” e a revista “Veja”. Ficou conhecido pela defesa de direitos nas áreas de educação e de meio-ambiente, nos quais atuava com projetos sociais.
G1