Brumadinho: MP denuncia ex-presidente da Vale, mais 15 pessoas por homicídio doloso


O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou, nesta terça-feira (21), Fabio Schvartsman, ex-presidente da Vale, mais 15 pessoas pelo crime de homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar. Elas também vão responder por crime ambiental, assim como as empresas Vale e TÜV SÜD

A força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho distribuiu a denúncia para a Justiça ainda nesta manhã.

A barragem I da Mina do Córrego do Feijão se rompeu quase um ano atrás, no dia 25 de janeiro de 2019, deixando 270 vítimas. Destas, 259 foram identificadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Os bombeiros procuram 11 desaparecidos, na maior operação de buscas do país.

A defesa do ex-presidente Fabio Schvartsman disse que seu a denúncia por “homicídio doloso é açodado e injusto”. “Se houve negligência de alguém, os responsáveis devem responder por seus atos. Mas é injusta e lamentável a tentativa de punir quem, desde a primeira hora, cumpriu com seu dever e esteve ao lado das autoridades para investigar”, diz a nota. (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).

Em nota, a TÜV SÜD disse que está oferecendo “cooperação às autoridades e instituições no Brasil e na Alemanha no contexto das investigações em andamento” (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).

A Vale afirmou que “expressa sua perplexidade ante as acusações de dolo” e que “é importante lembrar que outros órgãos também investigam o caso, sendo prematuro apontar assunção de risco consciente para provocar uma deliberada ruptura da barragem” (Leia a nota na íntegra no final desta reportagem).

A defesa de Felipe Figueiredo Rocha informou que não há nada a declarar.

Os advogados de Alexandre Campanha, Marilene Lopes e Washington Pirete tomou conhecimento da denúncia através da imprensa. “Os três denunciados continuam convictos de que suas atividades sempre visaram contribuir para a redução de riscos”.

A defesa de Joaquim Pedro de Toledo, Cristina Heloiza da Silva Malheiros e Renzo Albieri de Guimarães de Carvalho disse que a denúncia éprecipitada, foi oferecida por autoridade incompetente e são manifestos seus equívocos jurídicos”.

Denunciados

Vale:

  • Fabio Schvartsman (diretor-presidente);
  • Silmar Magalhães Silva (diretor do Corredor Sudeste);
  • Lúcio Flavo Gallon Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão);
  • Joaquim Pedro de Toledo (gerente-executivo de Planejamento, Programação e Gestão do Corredor Sudeste);
  • Alexandre de Paula Campanha (gerente-executivo de Governança em Geotecnia e Fechamento de Mina);
  • Renzo Albieri Guimarães de Carvalho (gerente operacional de Geotecnia do Corredor Sudeste);
  • Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo (gerente de Gestão de Estruturas Geotécnicas);
  • César Augusto Paulino Grandchamp (especialista técnico em Geotecnia do Corredor Sudeste);
  • Cristina Heloíza da Silva Malheiros (engenheira sênior junto à Gerência de Geotecnia Operacional);
  • Washington Pirete da Silva (engenheiro especialista da Gerência Executiva de Governança em Geotecnia e Fechamento de Mina);
  • Felipe Figueiredo Rocha (engenheiro civil, atuava na Gerência de Gestão de Estruturas Geotécnicas).

Tüv Süd:

  • Chris-Peter Meier (gerente-geral da empresa);
  • Arsênio Negro Júnior (consultor técnico);
  • André Jum Yassuda (consultor técnico);
  • Makoto Namba (coordenador);
  • Marlísio Oliveira Cecílio Júnior (especialista técnico).

Diário da Paraíba com G1