Após picar estudante, naja deixa zoo do DF e vai para o Butantan (SP)

Serpente estava em Brasília e foi trazida de avião para o Butantan, onde vai ficar definitivamente. Espécie não é nativa da fauna brasileira.

A naja que picou o estudante de veterinária, Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, no Distrito Federal, foi transferida do zoológico de Brasília para o Instituto Butantan em São Paulo. O animal e uma víbora verde de Vogel foram encaminhados ao aeroporto de Brasília e embarcaram no avião na noite desta terça-feira (11).

O zoológico informou que o Instituto Butantan é o destino definitivo para a naja-monóculo por ser um centro de pesquisa biológica. Já o zoo não poderia ficar mais com a serpente porque a prioridade é seguir o Plano de População, isto é, a instituição é referência em espécies ameaçadas de extinção da fauna local, nativas do cerrado, enquanto a naja não é uma espécie brasileira.

O Zoológico de Brasília ressaltou que, entre os critérios, estão fatores relacionados à infraestrutura e à segurança, em especial em casos de espécies peçonhentas.

Segundo a Instrução Normativa do Ibama nº 7, de 2015, caso a instituição não tenha o antiveneno específico de uma espécie peçonhenta que seja o suficiente para o tratamento de, no mínimo, três acidentados, o animal é imediatamente apreendido pelo órgão. Além disso, o animal coloca em risco a equipe que trabalha diariamente no serpentário de Brasília, que não têm o soro antiofídico.

Das 27 serpentes recebidas em julho após apreensões e entregas voluntárias, apenas cinco espécies se enquadram nas diretrizes do Plano de População do zoológico. São elas: periquitamboia, cobra-papagaio, jararacuçu, salamanta e jiboia-de-Madagascar.

“Nós abandonamos o conceito de apenas exibir animais que as pessoas querem ver. Temos que priorizar os animais que dependem dos nossos esforços para que não desapareçam para sempre da natureza, por meio da reprodução em cativeiro, da pesquisa científica e da educação ambiental”, explicou o superintendente substituto de conservação e pesquisa do Zoológico de Brasília, Filipe Reis.

Quem mantém animais silvestres ou exóticos de forma irregular pode fazer a entrega voluntária ao Ibama em todas as unidades do país sem responsabilização penal. A população também pode fazer denúncias pelo telefone 0800-618080.

 

Diário da Paraíba com R7