“Resolvemos realizar essa sessão na data de hoje porque faz exatamente cinco anos da morte de Marielle Franco. Então, comemoramos no sentindo de reafirmar a resistência, a luta e exigir resposta para esse crime. Ao mesmo também, também falamos para as mulheres quilombolas, indígenas, domésticas, mulheres com deficiência, para que a gente possa dizer que queremos políticas públicas mais consistentes, que queremos mais leis, mais igualdade de gênero, queremos protagonismo. A sessão foi para fortalecer nossa luta”, ressaltou Cida Ramos.
Na oportunidade, Cida também destacou que as vítimas de feminicídio seguem crescendo no Brasil. Em 2022 foram 1,4 mil assassinadas, número 5% maior do que no ano anterior. “A cada seis horas, uma mulher morre somente pelo fato de ser mulher. Há também o que se comemorar. O país vive um novo tempo com o restabelecimento de políticas públicas afirmativas em defesa das mulheres, da proteção de seus corpos, da sua integridade, e de mais equidade entre gêneros no âmbito profissional”, disse Cida Ramos.
A Promotora de Justiça Rosane Araújo ressaltou que o momento não é de comemoração, mas de reflexão. “O Dia Internacional da Mulher é o dia de visibilidade e de luta por igualdade e respeito pela mulher e pela sua dignidade. Hoje é dia de marcar esse espaço”, disse.
Sobre a morte de Marielle Franco, ela acredita que além da motivação política também existe a questão de gênero. “Ela foi morta também por ser mulher. O crime ainda não foi elucidado, mas acredito que após os mandantes serem descobertos vai se confirmar que que foi um crime político e de gênero”, declarou Rosane Araújo.
A Capitã da Polícia Militar Gabriela Jácome destacou o trabalho efetivo que a unidade militar vem desenvolvendo na Paraíba no combate à violência contra as mulheres e em defesa da sociedade e que se sente orgulhosa das ações da polícia nessa data comemorativa. A capitã Gabriela também falou sobre Marielle Franco e ressaltou que a vereadora simbolizava a luta das mulheres pobres, negras, lésbicas e trabalhadoras brasileiras. “O assassinato dela é um caso que nunca poderemos esquecer, por todas as circunstâncias que o cercam, para que não volte a se repetir. As grandes tragédias da nossa história sempre devem ser lembradas, porque se caírem no esquecimento, cairemos no sério risco de que elas possam se repetir”, justificou.
Prestigiaram o evento, Cristiana Almeida, Secretária Executiva da Mulher e da Diversidade Humana; Nena Martins, Secretária de Políticas Públicas par as Mulheres de João Pessoa; Liane Carvalho, promotora de Justiça e Coordenadora do Núcleo de Gênero e Igualdade Racial do Ministério Público Estadual; Isabele Ramalho, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/PB; Anne Karoline Carneiro Maciel, delegada e coordenadora das Delegacias Especializadas das Mulheres; Kaliandra Andrade, coordenadora técnica da Patrulha Maria da Penha; Marina Blanck, diretora do Projeto LIS; Glória Rejane da Silva Santos, representante do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas; Raíssa Pacífico, representando a Coordenadoria da Mulher do MPE; Anne Moura, representando a Secretaria Nacional de Mulheres do PT; a vereadora Jô Almeida (PT), de Campina Grande; e Zilma de Almeida Feitosa, representando o MST; além de representantes de diversas entidades ligadas ao movimento das mulheres.
Agência ALPB