Faltando poucas horas para o jogo mais importante dos últimos 38 anos, os bastidores do Flamengo estão em polvorosa. E não tem nada a ver com ansiedade para a final do Mundial com o Liverpool. O elenco do Flamengo e a diretoria entraram em um impasse após o presidente Rodolfo Landim brecar a participação da comissão técnica e de alguns funcionários das premiações pelos títulos do Brasileirão e da Libertadores. O episódio mexeu com o ambiente do grupo nesses últimos dias em Doha.
O ocorrido deixou o ambiente pesado nesses últimos dias em Doha. Antes do treinamento da manhã deste sábado, os capitães Diego, Diego Alves e Everton Ribeiro se reuniram com Marcos Braz, Bruno Spindel e Paulo Pelaipe para debater a pauta, que segue indefinida.
A divisão apontava para 70% dos prêmios para o elenco e 30% para o restante. A diretoria, por sua vez, não aprovou de imediato o percentual destinado a cada funcionário do departamento de futebol.
O combinado era que o valor referente a competição continental fosse pago até sexta-feira, dia 20, enquanto o Brasileirão estava previsto para o dia 23. Com o imbróglio, o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, determinou que a premiação fosse suspensa até que haja um consenso.
– O que houve foi questionamento sobre o critério de rateio quando chegou ao RH. Pedimos um tempo para avaliar. Até porque, havia diferenças em relação ao Brasileiro. Será analisado e será pago – disse o presidente Rodolfo Landim ao GloboEsporte.com.
Houve uma movimentação para que apenas jogadores e a comissão técnica do Mister recebessem, o que despertou a atenção dos jogadores. Para tentar evitar polêmica, por ora, o pagamento foi suspenso. O vice-presidente de futebol Marcos Braz foi questionado por um dos jogadores mais experientes do grupo. Através de mensagens pelo telefone celular, o dirigente leu o seguinte recado: “desse jeito não tem como ir para o jogo”, deixando claro que o assunto precisava de uma solução.
Após as explicações de Braz, o jogador entendeu que o clube não estava se negando a pagar, apenas estudando a forma de como costurar o acordo.
Depois, as lideranças levaram a questão ao técnico Jorge Jesus durante o treinamento. O assunto trouxe desconforto ao grupo. O episódio causou incômodo na concentração em Doha.
Os valores ainda não foram pagos e o diretor executivo, Bruno Spindel, comunicou aos funcionários de que não receberiam a gratificação. Comissão e jogadores chamaram Spindel para conversar no almoço nesta sexta, mas ele não apareceu. O episódio gerou um grande mal-estar na concentração em Doha. O GloboEsporte.com entrou em contato com o diretor, que preferiu não comentar o assunto.
Partiu dos jogadores a decisão de compartilhar 30% do montante com os membros do departamento de futebol. Landim achou muito.
Jorge Jesus até tentou interceder junto a Rodolfo Landim para buscar uma solução, mas nada aconteceu. No cenário atual, apenas os jogadores e os membros portugueses da comissão técnica serão agraciados. O valor das premiações supera a casa dos R$ 70 milhões. O treinador tem um trato específico a parte com a diretoria.
Pelos títulos da Libertadores e do Brasileirão, o Rubro-Negro recebeu da Conmebol, da CBF e de patrocinadores cerca de R$ 127,3 milhões e planejava repassar R$ 67,2 ao grupo. O montante, por sua vez, cresceu. Todos os 22 milhões de dólares da disputa continental, por exemplo, foram destinados ao grupo.
Diário da Paraíba com Globo Esporte