A missão era difícil: derrubar a seleção número 2 do mundo e, automaticamente, quebrar um jejum de 18 anos sem vitórias diante da Austrália. O Brasil teve uma postura bastante agressiva, especialmente no início do jogo. Mas com a pontaria desafinada, o resultado não veio e a classificação para Tóquio 2020 também não. Derrota por 86 a 72.
Desde Barcelona 1992, essa será a primeira vez que as brasileiras não marcarão presença nas Olimpíadas.
Entenda abaixo como foi o jogo e como o Brasil pagou caro pelos dois resultados negativos no início do Pré-Olímpico disputado em Bourges, na França. Dos quatro times da chave da seleção, apenas um não se garantiria para os Jogos no Japão. E essa equipe foi o Brasil. Avançaram: Austrália, França e Porto Rico.
– Se você avaliar o resultado, é muito ruim. O Brasil ficou fora da Olimpíada. Se você avaliar o trabalho, vê que a gente merecia. É triste pelo trabalho, pelo que a CBB vem fazendo com o apoio do COB. Fico triste por mim, pelas meninas. Vim para ajudar e acho que consegui ajudar a chegar até esse ponto, mas cheguei no limite. As meninas merecem, o basquete feminino merece – lamentou o técnico José Neto.
1º Quarto: Equilíbrio nas ações
O Brasil entrou em quadra encarando de igual para igual a seleção número 2 do mundo. Aliás, as comandadas de José Neto dominaram os primeiros dois minutos de jogo. A equipe chegou a abrir 4 a 0. Na sequência, a Austrália ganhou ritmo e explorou as bolas de três.
Tainá Paixão também entrou afinada no fundamento e converteu duas cestas de fora (2/2). Débora mostrou personalidade no primeiro quarto, com interferências fundamentais na defesa e no ataque. No estouro do primeiro quarto, a Austrália conseguiu abrir pela primeira vez no jogo três pontos de vantagem: 21 a 18.
2º Quarto: A bola simplesmente não entrou
A grande diferença entre Brasil e Austrália no segundo quarto foi a efetividade no arremesso, especialmente no de três. Damiris Dantas errou 5 de 5. Simplesmente, a seleção ficou cinco minutos sem pontuar. As australianas chegaram a abrir 7 a 0 na parcial.
Do meio do quarto para o final, Ramona entrou bem e deu um novo ânimo para a equipe, que estava ofensivamente perdida. A bola de Erika enfim começou a entrar, e o jogo do Brasil passou a fluir. Mesmo perdendo por seis pontos, o Brasil encerrou o segundo quarto mais ligado: 39 a 33.
3º Quarto: No jogo outra vez
No terceiro quarto enfim caiu a primeira bola de três de Damiris. O Brasil de fato começou a afinar o arremesso, crescendo de produtividade e construindo o melhor quarto do Pré-Olímpico. A seleção chegou a passar a frente das australianas com atuação brilhante da própria Damiris e da experiente Érika. Na verdade, o Brasil venceu o quarto por 27 a 22. O jogo: Austrália 61 x 60 Brasil.
4º Quarto: Tudo ou nada
No início do quarto, o Brasil foi parado por Liz Cambage. A australiana de 2,03m chamou o jogo. Além de converter no ataque, ele deu dois “tocões” e reprimiu a ofensiva brasileira. A estatura e a qualidade da pivô marrenta foram o diferencial nos minutos finais de jogo. O Brasil teve a chance de voltar a frente, mas voltou a pecar no acabamento. A Austrália também sofreu um apagão e o placar 68 a 72 congelou por dois minutos. Sem Erika, que precisou deixar o jogo pelo limite de faltas, o Brasil lutou com bravura – e em alguns momentos ansiedade – até os segundos finais.
Sobre o Pré-Olímpico Mundial de Bourges
- Data – 6 e 9 de fevereiro
- Local – Bourges, França
- Equipes – Brasil, França, Porto Rico e Austrália
- Vagas em disputa para Tóquio – Três (a França está garantida)
- Formato de disputa – Todas as seleções se enfrentam em jogo único, com cada uma realizando três partidas. As três primeiras se classificam para a Olimpíada de Tóquio, e o critério de desempate será o saldo de pontos
- Ranking do Brasil – 15º lugar no mundo
Diário da Paraíba com Globo Esporte