O g1 conversou com a equipe do Juliette Charts, o principal perfil responsável pelas ações que levam músicas da cantora ao topo do iTunes.
No Twitter e no Instagram, eles pedem doações por PIX e fãs da cantora enviam entre R$ 1 e R$ 10. Toda quantia arrecada, cerca de R$ 3 mil para cada música escolhida, é transferida para pessoas que vivem fora do Brasil, membros de fã-clubes parceiros ou fãs da própria Juliette.
Esses parceiros e parceiras recebem o dinheiro e compram a música no iTunes. Procurado pelo g1, o iTunes não quis comentar a ação dos fãs.
Os fãs, claro, gastam o dinheiro arrecadado para conquistar o maior número de territórios com o menor investimento possível, como se estivessem jogando “War”.
“Tem países que são supersimples pegar #1 e outros bem difíceis”, conta Victor Martins, um dos fãs que comanda o Juliette Charts. Por isso, é normal ver países listados como Bahamas, Honduras, Guatemala, Estônia, Moldávia, Sri Lanka ou São Cristóvão e Névis.
Mas os cactos não ligam, um primeiro lugar é contabilizado de qualquer forma, seja ele em países maiores e de rankings mais concorridos (Argentina, Brasil, Portugal, Egito, México e Suécia) ou menos disputados (Uganda, Micronésia, Chipre, Namíbia, Moldávia, Gâmbia e Omã).
Primeira música composta por Juliette, o piseiro “Cansar de Dançar” foi lançado na semana passada e conseguiu o primeiro lugar em 46 países.
“Un Ratito”, reggaeton cantado por ela com Alok e os porto-riquenhos Luis Fonsi, Lunay e Lenny Tavárez, chegou ao primeiro lugar de 63 países. A música foi lançada em janeiro deste ano.
Antes dessas duas músicas, nunca um artista brasileiro tinha conseguido chegar ao topo do iTunes em tantos países diferentes.
Sem bots e sem VPN
Segundo os responsáveis pelas ações, o valor arrecadado é para enviar aos fãs que “não têm condição de comprar a música e para enviar a parceiros de países”.
Não há uso de bots ou de VPN, ferramenta de acesso remoto que simula uma localização geográfica diferente da real. “Até porque iTunes precisa de métodos de pagamentos legítimos do país para comprar. Ou seja, um cartão brasileiro não pode comprar no iTunes americano”, esclarece Victor.
Ele diz que esse tipo de iniciativa ajuda a divulgar a carreira, porque “ter bons resultados é crucial”. Ele compara as ações dos cactos com os feitos alcançados pelos fãs de K-pop, o pop sul-coreano de grupos como o BTS. “Da mesma forma, o que fazemos com Juliette é tentar dar visibilidade ao trabalho dela, já que essas ações são noticiadas pelos portais e sites.”
É comum os fandoms se conectarem e ajudarem uns aos outros nas missões. “Temos parcerias com o fandom do BTS, BlackPink, GOT7, TINI, Kenia Os, Katy Perry, Lady Gaga, LISA e muitos outros”, enumera Victor. “É uma forma de conectar fãs de todos os países para ajudar novos artistas e conseguir alcançar novos países para o artista.”
G1