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Confira na íntegra a Carta de João Azevêdo para direção do PSB; “não aceita ser vice de Ricardo Coutinho”

O governador da Paraíba João Azevêdo, não tomou conhecimento da decisão da reunião do PSB em Brasília, onde uma suposta eleição teria criado uma Comissão Provisória do partido na Paraíba, para substituir  Edvaldo Rosas.

Na carta, João deixa claro que não aceita e nem acata qualquer mudança nos rumos do PSB da Paraíba e argumenta  todos os motivos banais que levaram a direção do PSB em optar pela intervenção no partido e destituição de Edvaldo Rosas da presidência.

O documento enumera todos os fatos que levaram à dissolução do diretório estadual do PSB na Paraíba e explica como foi gerada a crise interna. Além disso, o governador detalha as medidas tomadas após tomar posse no cargo, mantendo a continuação do projeto socialista.

João Azevêdo finaliza a carta destacando que o diretório que foi eleito democraticamente precisa terminar seu mandato de forma normal. O documento cita que não há interesse em participar de comissão provisória, mesmo que seja escolhida para que todos caibam. “Entendemos como medida anti-democrática destituir um Diretório legitimamente eleito e substituí-lo por uma Comissão Provisória, mesmo esta sendo paritária e sob a tese da busca da unidade, já que esta mesma unidade sempre tivemos no partido durante toda a nossa trajetória. Portanto, não há interesse na participação em Comissão Provisória”.

Veja na íntegra:

Prezado Carlos Siqueira

Presidente Nacional do PSB

Comunicados que fomos para participar da reunião da Executiva Nacional de nosso partido, para tratar especificamente da dissolução do Diretório da Paraíba e da consequente crise que esse ato gerou, vimos por meio desta relatar o seguinte:

1. O PSB paraibano venceu as últimas eleições majoritárias ainda no primeiro turno elegendo, também, 08 deputados estaduais, 01 deputado federal, 01 senador e o governador;

2. Hoje temos no Estado quadro com 19.705 filiados, além de 58 prefeitos e 399 vereadores;

3. Obtivemos a maioria em 209 dos 223 municípios, com 58,18% dos votos;

4. No dia 20 de maio de 2019, em reunião da Executiva Estadual do PSB, foi passado o comando político para o ex-governador Ricardo Coutinho em comum acordo com o presidente Edvaldo Rosas, quando o mesmo ainda ofereceu a presidência a Ricardo para que este conduzisse as articulações para as eleições municipais do próximo ano. Ricardo de imediato recusou e disse que o partido estava no rumo certo;

5. O governador João Azevedo, em reunião com Ricardo Coutinho, definiram que junto com o presidente Edvaldo Rosas, os dois ficassem à frente do projeto para as eleições de 2020;

6. Edvaldo Rosas solicitou uma senha da FILIAWEB ao TRE em nome de Ricardo Coutinho para o mesmo acompanhar, nomear comissões provisórias, filiar e tomar outras deliberações;

7. Em reunião entre o presidente Edvaldo Rosas e o ex-governador Ricardo Coutinho foi debatido em comum acordo sobre os candidatos a prefeitos em mais de 210 cidades do Estado da Paraíba;

8. Edvaldo Rosas também avaliou todas as comissões provisórias e diretórios junto com Ricardo Coutinho, Fábio Maia, Ronaldo Benicio e Ronaldo Barbosa (presidente do PSB de João Pessoa);

9. No dia 30 de julho de 2019, o presidente Edvaldo Rosas é nomeado como Secretário Estadual do Governo do Estado da Paraíba pelo governador do PSB João Azevedo;

10. Já no dia seguinte,31, a deputada Maria Aparecida Ramos (PSB), concedeu entrevista afirmando que Edvaldo Rosas tinha que entregar o cargo de presidente do partido, argumentando não ser compatível presidir nossa legenda e ser secretário de Governo. Na mesma sintonia, a Deputada Estela Bezerra defendeu o afastamento também do presidente Edvaldo Rosa e apresenta seu nome para presidir, ou mesmo Ricardo Coutinho, a deputada Maria Aparecida Ramos ou o deputado Rubens Germano;

11. No dia 14 de agosto fomos avisados que membros do Diretório estadual e suplentes estavam sendo procurados pela diretoriana Amanda Araújo Rodrigues, juntamente com a deputada Estela Bezerra, o ex-governador Ricardo Coutinho, a deputada Maria Aparecida Ramos e o Deputado federal Gervásio Maia, para assinarem uma lista coletiva de renúncia, justificando para isso que o partido precisava se reestruturar no Estado;

12. No mesmo dia 14 o presidente Edvaldo Rosas entra em contato com presidente Nacional Carlos Siqueira sobre estas informações e o mesmo nega que tenha tal conhecimento;

13. No dia 16 de agosto o governador João Azevedo dialoga por telefone, por volta das 16h30, sobre esta situação com o presidente Carlos Siqueira e o mesmo agenda uma reunião com ex-governador Ricardo Coutinho para equacionar essa crise;

14. Pouco tempo depois, precisamente às 17h20, o presidente Carlos Siqueira anuncia pela imprensa paraibana a AUTODISSOLUÇÃO do diretório, pegando todos nós de surpresa.

15. Solicitada a relação dos membros que teriam assinado esta Auto-dissolução, até o presente momento não nos foi apresentada.

16.Gostaríamos de informar ainda à Direção Nacional, que várias lideranças estaduais, entre prefeitos, vereadores e deputados, têm nos procurado manifestando a tendência de deixar nossa legenda diante do clima de turbulência e insegurança, tanto jurídica quanto política, tendo em vista as eleições municipais do próximo ano.

GOVERNO E GESTÃO

1. Os oito primeiros meses da administração representam a continuação do projeto socialista no Estado, sem excluir nenhum programa ou política pública adotada da gestão anterior;

2. O atual governador João Azevedo manteve cerca de 90% dos membros do governo de Ricardo Coutinho;

3. A força desse projeto esteve sempre pautada em um trabalho coletivo, liderado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, mas sempre alicerçado no compromisso e dedicação de abnegadas companheiras e companheiros;

4. A direção estadual do PSB, eleita de forma democrática e congressual para um mandato que iria até outubro de 2020, sempre teve suas decisões tomadas de forma consensual, em uma dimensão da unidade partidária construída com base na vontade de fazer o melhor para os paraibanos e de uma gestão modelo para o país.

Diante do exposto, nós não entendemos os motivos e não aceitamos a dissolução do Diretório Estadual, principalmente da forma que foi feita, recolhendo assinaturas na calada da noite e sob argumento de que seria para reestruturar o partido no Estado. Argumento este que objetivou, inclusive, a assinatura de vários diretorianos, que depois se sentiram enganados e pediram para retirar suas assinaturas.

Uma vez eleito, o Diretório precisa completar seu mandato normalmente. Entendemos como medida anti-democrática destituir um Diretório legitimamente eleito e substituí-lo por uma Comissão Provisória, mesmo esta sendo paritária e sob a tese da busca da unidade, já que esta mesma unidade sempre tivemos no partido durante toda a nossa trajetória. Portanto, não há interesse na participação em Comissão Provisória.

DEMOCRACIA, SEMPRE! RETROCESSO, JAMAIS!

1- Governador João Azevêdo

2- Presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino

3- Líder do Governo no Legislativo, Deputado Ricardo Barbosa

4- Deputada Pollyanna Dutra

5- Deputado Hervasio Bezerra

6- Prefeito Chico Mendes

7- Secretário de Estado, Edvaldo Rosas

8- Ronaldo Benício, Sec de Organização do PSB

9- Christiane Valeria de Lucena, membro do Diretório

10- Prefeito Ricardo Pereira

11- Prefeita Maria Eunice Pessoa

12- Prefeito Fábio Tyrone

13- Prefeito Benício Araujo

14- Denise Alburquerque, Secretaria de Estado

15- Prefeito Murilo Nunes

16- Ivanilda Gentle, Secretaria estadual da Negritude do PSB

17- Joselio da Silva, Secretário estadual do Movimento Popular Socialista

18- Valquíria Alencar, Secretária estadual das Mulheres do PSB

19- Ednaldo Alves, Secretário de Comunicação do PSB

20- Deusdete Queiroga, Secretário de Estado

21- Danilson Ferreira, membro do Diretório.

22- Luciano Canuto, membro do Diretório

23- Vereadora Luciene Martinho, membro do Diretório

24- Flávio Moreira, Secretario Geral do PSB

25- Gerlano Linhares, membro do Diretório.

Paraíba, 9 de setembro de 2019

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