Congresso pagou até por filé barlavento de Wilson Santiago em reembolso de parlamentares paraibanos

A imprensa nacional realizou um levantamento, com base no Portal de Transparência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do início da legislatura até o último dia 30 de setembro, mostrando que os congressistas gastaram, no período, ao menos, R$ 1.461.316,10 com alimentação, em valores reembolsados pela cota parlamentar – que varia conforme o Estado de origem, pois serve para bancar diversas despesas, que vão de passagens aéreas até alimentação.

A matéria do site Metropoles, publicada nesta quinta-feira (14), assinada pelos repórteres Marcelo Montanini e Lucas Marchesini, cuja íntegra pode ser conferida clicando aqui, mostra que dentre o reembolso de parlamentares paraibanos, o Congresso pagou até por um filé barlavento degustado pelo deputado federal Wilson Santiago, vendido por um restaurante instalado no bairro de Manaíra, em João Pessoa, no dia 23 de julho de 2021.

Confira nota fiscal:

Outros nomes

Outros nomes de parlamentares também aparecem na matéria do Metropoles, dentre eles o do deputado federal Frei Anastácio que, dentre os paraibanos, teria sido o que mais pediu reembolso ao Congresso por despesas alimentares entre os anos de 2019 e 2021.

De acordo com o Metropoles, o parlamentar teria sido reembolsado em R$ 4.763,42, dos quais R$ 4.093,82 teriam sido gastos apenas no ano de 2019 e, R$ 669,60 no ano de 2020. Já neste ano de 2021, o parlamentar não teria pedido reembolso de despesas alimentares.

A matéria ainda registra os nomes de outros três parlamentares federais paraibanos que também pediram reembolso pelo mesmo tipo de despesa: Ruy Carneiro, Marcondes Gadelha e Wellington Roberto.

O reembolso para Ruy Carneiro teria sido referente aos seguintes valores gastos com alimentação: R$ 3.077,67 (2019); R$ 166,75 (2020); R$ – (2021).

Já o deputado Marcondes Gadelha, durante sua passagem pela Câmara, em 2019, teria sido reembolsado em R$ 560,23 (2019); R$ – (2020); R$ – (2021).

O deputado Wellington Roberto teria sido reembolsado pelo gasto de R$ 339,82 (2019); R$ – (2020); R$ – (2021);

Senado

Em relação aos senadores paraibanos, a matéria cita apenas Daniella Ribeiro como tendo sido reembolsada em R$ 495,04 por despesas com alimentação.

Gastos

O valor total gasto com a alimentação dos parlamentares  neste ano – até setembro – na Câmara, segundo a matéria, é de R$ 238.307,14, o que representa aumento de 1,5% em relação a todo o ano de 2020 (R$ 234.579,94). O montante, entretanto, é menor do que o registrado em 2019 (R$ 860.878,82), período antes da pandemia de Covid-19.

Legalidade

De acordo com o Metropoles, o reembolso dos gastos com alimentação pela cota parlamentar não é ilegal, está dentro das regras do Congresso, mas levanta a necessidade de um debate sobre a forma de execução. O mais tradicional meio de apoio à alimentação no país é via vale, dado a empregados privados e públicos com um valor determinado. Nesse caso, cada um decide como quer gastar o que recebe. Se a escolha for por produtos mais caros, a única consequência é que o dinheiro se esgotará antes. É uma gestão pessoal do próprio dinheiro.

No caso de servidores públicos federais, por exemplo, o valor mensal do auxílio-alimentação é de R$ 458. Para funcionários do Judiciário federal, esse montante chega a R$ 910,08.

Outros parlamentares

A íntegra da matéria ainda expõe o nome de outros parlamentares que gastaram e foram reembolsados por pratos com ostras, tambaqui com farofa, picanha especial, camarão ao molho de trufas, risoto com camarão rosa e rapadura, profiteroles ou petit gateau.

O cardápio, segundo o Metropoles, é vasto, com direito a acepipes, pratos principais, sobremesas, cafezinhos e, às vezes, até taxa de rolha ou gorjetas financiadas com dinheiro público.

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