O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, manteve a sua taxa de juros básica (Selic) em 2,00 % ao ano nesta última quarta-feira (16), depois de um corte de 0,25 percentual no início do mês de agosto. Essa é a menor taxa após um ciclo de nove cortes consecutivos. Diante deste novo quadro econômico, ela continuará baixa até o final deste ano e a expectativa é subir um pouco até o final de 2021.
Segundo o comunicado da Copom, “devido a questões prudenciais e de instabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno.”
A Selic nada mais é do que a taxa básica da economia e servirá como base para outras taxas de juros (financiamentos), afim de remunerar os investimentos corrigidos por ela. Por outro lado, não representa de forma exata os juros que são cobrados aos consumidores que já são bem altos.
Como forma de aquecer a economia, o Banco Central baixa a taxa Selic. A taxa Selic e a inflação andam juntas, o que significa dizer em outras palavras, que quando a inflação aumenta a taxa Selic também aumenta. E se a inflação cai a taxa Selic também cai, tendo como consequência uma tendência da baixa nos preços e a diminuição dos juros que é paga ao realizar um empréstimo. Contudo, na prática não é bem isso que acontece.
Com os juros baixos, a poupança rende menos, e isso acontece devido a uma regra criada em 2012. Nesse caso, se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança gira em torno de 6,17% ao ano, ou seja, 0,5% ao mês mais a taxa TR (Taxa Referencial). No entanto, se a Selic ficar menor ou igual a 8,5% a poupança passa a render 70% (1,4%) da Selic mais TR que hoje está zerada.
A projeção ainda para este ano é manter a inflação em 4%, porém existe uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, o que significa que pode variar entre 2,5% e 5,5%. Só no ano de 2019, a inflação fechou em 4,31%, dentro do que foi esperado pelo governo.
Neste momento a Selic se mantém em seu menor nível já registrado na história do Banco Central, desde 1986. Em outubro de 2012 a abril de 2013, essa taxa ficou num percentual fixo em 7,25% ao ano, sendo reajustada aos poucos até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Porém, foi em outubro de 2016 que a Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia, chegando a 6,5% ao ano em março de 2018, e só voltou a ser reduzida em julho de 2019.
Luana Santos com Diário da Paraíba