Crueldade contra os animais: cachorro é queimado vivo

Um cachorro da raça pitbull que foi encontrado por uma ONG depois de ser enrolado em um cobertor e queimado, morreu na manhã deste domingo (18) em Limeira, interior de São Paulo. Ele estava internado em um hospital veterinário desde o resgate, ocorrido na manhã do sábado (17). O autor dos maus-tratos ainda não foi identificado.

O cão, que recebeu dos voluntários da ONG o nome de Titan, passará por exame necroscópico e será enterrado no Cemitério dos Animais de Piracicaba (SP). Titan estava em uma área verde entre os bairros Graminha e Jequitibás.

O resgate do cão foi feito pela Associação Limeirense de Proteção aos Animais (Alpa). A situação do animal era grave, com queimaduras no rosto, nas costas e nas patas. Os rins também se apresentavam comprometidos.

Para identificar o autor do crime, a ALPA pede ajuda da população. “Será feito um boletim de ocorrência e testemunhas serão ouvidas. No local, não há câmeras de segurança, mas será feita uma varredura na região” para “encontrar imagens e outras informações”.

Discurso de ódio

Na última quarta-feira (14), a ativista paraibana da causa animal Fabíola Rezende, presidente da Ong Ajude Anjos de Rua, com sede em João Pessoa, já alertava para o discurso de preconceitos e até de ódio contra as minorias e vulneráveis, contra as políticas públicas de bem-estar da sociedade e contra os direitos humanos, que vêm contribuindo para o aumento da violência no país, até mesmo contra os animais nas periferias e nos centros das grandes cidades do Brasil.

De acordo com a ativista, o resultado da intolerância política e social apregoada com a ascensão da ideologia conservadora do atual governo federal pode ser observado concretamente, por exemplo, nas ruas e avenidas das cidades que integram a Região Metropolitana de João Pessoa, no que se refere aos maus tratos a animais.

“Nós últimos quinze dias, a avalanche de casos de crueldade contra os animais tem aumentado muito. Estamos no dia a dia fazendo os resgates e, a todo momento, recebemos pedidos de ajuda para animais vítimas da maldade de muitos. São cães e gatos, principalmente, sendo massacrados, mortos e mutilados todos os dias”, alertava Fabíola Rezende, acrescentando: “Algumas pessoas vão dizer que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas temos constatado que, neste ano, os casos e a intensidade dos maus tratos têm crescido”.

Conforme a ativista, a insensibilidade em relação ao sofrimento dos animais sempre existiu por parte de uma parcela da população. Todavia, “a maldade” tem crescido após discursos e posicionamentos a todo instante de uma “cultura da morte, de armar as pessoas, de recrudescimento das forças policiais em nome de um ilusório combate à violência e de ataques aos vários segmentos de organizações não governamentais”.

Diário da Paraíba