Delegado da polícia paraibana é denunciado pelo Ministério Público e pode perder cargo público

O delegado da Polícia Civil paraibana Lucas Sá de Oliveira (na foto) poderá ser afastado de suas funções, ter a suspensão do porte de arma e, por fim, se for condenado, perder o cargo público. Todos esses “pedidos” estão na denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap).

O juiz da 6ª Vara Regional de Mangabeira, em João Pessoa, recebeu a denúncia, cujas acusações estão relacionadas ao período em que o delegado respondia pela Delegacia de Defraudações.

Conforme a acusação, o delegado teria, com intenção dolosa, inserido em documento público declaração falsa com a intenção de alterar a verdade de fato juridicamente relevante.

Conforme o inquérito civil público encaminhado pelo Ministério Público, o delegado teria prevalecido do seu cargo na polícia para alterar um depoimento testemunhal no auto de prisão em flagrante delito a fim de prender em flagrante o tenente-PM Moisés Willian, sob a acusação de fraude no vestibular.

O militar foi preso em flagrante, mas foi absolvido pela Justiça que considerou que não houve a conduta que havia descrevido o delegado agora denunciado pelo MPPB. Também foi levado em conta que a testemunha apresentada pela Faculdade de Enfermagem e de Medicina Nova Esperança (Famene) teve a versão distorcida pelo delegado com intuito de prejudicar o oficial da Polícia Militar.

Na denúncia, o Ministério Público ainda considerou como relevante o fato do delegado Lucas Sá ter determinado que “fossem tiradas fotografias dos acusados e encaminhou para um grupo de whatsapp, colaborando de maneira inequívoca mácula à imagem dos acusados”.

Lucas Sá de Oliveira ficou bastante conhecido quando esteve à frente das investigações que teriam desvendado um esquema de fraudes nos resultados de jogos de futebol do Campeonato Paraibano, na chamada ‘Operação Cartola’. Ele também coordenou a ‘Operação Gabarito’, que investigou fraudes em dezenas de concursos públicos no estado da Paraíba.

O delegado também foi alvo de uma sindicância instaurada pela Corregedoria Geral da Polícia Civil, baseando-se no elevado número de inquéritos que estariam paralisados na Delegacia de Defraudações, entre os anos de 2008 e 2018, período em que Lucas esteve à frente da unidade.

Diário da Paraíba