Editorial: Bayeux e a hora da intervenção

Intervenção como o nome já diz, é algo muito forte e traumático. O fato de intervir (interpor autoridade, usar de poder de controle) pode trazer consequências inimagináveis para determinado setor. Algo que pode ser pior que uma intervenção é uma omissão. É como diz a velha frase usada para justificar decisões arriscadas: melhor se arrepender de algo que fez, do que daquilo que deixou de fazer. Ao fazer você vai colher os dados e frutos, que podem ser positivos ou negativos, mas sua ação vai desencadear uma reação prática. Ao deixar de fazer, vai conviver com a dúvida pelo resto da vida.

 

Todo essa introdução é para dizer que chegou a hora do governador João Azevêdo intervir na cidade de Bayeux para que este estimado município paraibano não sofra mais com a disputa mesquinha que se instalou depois que o prefeito eleito Berg Lima foi preso em flagrante recebendo propina, segundo o Ministério Público. De lá pra cá, a cidade sobre com a troca de mandatário e já teve cinco trocas de prefeitos em apenas um mandato.

 

Consta na mesa do governador João Azevêdo dois pedidos de intervenção no município, um protocolado pelo Tribunal de Contas do Estado e outro pela Câmara Municipal. Portanto, diante da mais nova manobra do agora ex-prefeito Berg Lima, que renunciou ao cargo nesta terça-feira, 14, com o objetivo de forçar uma eleição indireta, não resta outra alternativa ao governador. Tem que agir, tem que fazer.

 

Este fato legitima a intervenção por parte do governador, uma vez que está clara a tentativa de deixar Bayeux mergulhada num caos administrativo em plena pandemia mundial.

 

O ato de intervir pode ser traumático, mas em se confirmando essa tentativa de Berg de forçar uma eleição indireta e colocar um preposto na cadeira que deixou de ocupar, será mais traumático condenar a cidade a seguir nesse verdadeiro caos.