Na denúncia é relatado um suposto pagamento de R$ 150 mil, feito pelo delator Daniel Gomes, que teria como destino a campanha para eleição do então candidato à Prefeitura de Campina Grande, Romero Rodrigues, em 2012.
Conforme a denúncia, os recursos foram pagos com a garantia de que as organizações sociais comandadas por Daniel Gomes assumiriam a gestão na Maternidade Elpídio de Almeida, caso o candidato fosse eleito prefeito. Segundo os investigadores, o dinheiro teria sido pago em duas parcelas de R$ 75 mil.
“O objeto desta denúncia, em essência, revelou os bastidores da criminosa engenharia criada para a inserção da Cruz Vermelha do Brasil – Filial do Rio Grande do Sul (CVB/RS) para gerir as estruturas de saúde de Campina Grande/PB, a começar pelo ISEA (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida) e Hospital Pedro I”, relata a denúncia.
Romero Rodrigues foi eleito em 2012 e reeleito em 2016 como prefeito do município de Campina Grande.
Em resposta ao Jornal da Paraíba, o ex-prefeito Romero Rodrigues disse que vai apresentar todos os esclarecimentos à justiça e provará ser inocente. Também informou que jamais solicitou os recursos narrados na denúncia e afirmou, também, que a prefeitura de Campina Grande, sob sua gestão, nunca teve contratos com organizações sociais investigadas na Operação Calvário. Até a publicação da matéria, não houve resposta dos outros denunciados.
A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. A operação teve oito fases, resultado na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba.
A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.
G1PB