Ícone do site Diário da Paraíba

Exclusivo: governo federal injeta R$ 45 milhões na saúde de Campina Grande, que mesmo assim vive um caos

O que não falta para a área da saúde do município de Campina Grande é dinheiro. Somente nos meses de julho e agosto, a gestão do prefeito Romero Rodrigues (PSD) foi bem tratada pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). Entraram nos cofres da prefeitura cerca de R$ 45 milhões, o que não justificaria o caos instalado na Secretaria da Saúde, afetando a população campinense e gerando uma greve dos servidores da pasta prevista para o início de outubro.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, só para o custeio na saúde, os recursos financeiros destinados a Campina Grande em agosto deste ano foram de R$ 17.183.555,56. Por meio de portarias, ainda em julho, ocorreram quatro aportes de recursos extras: uma de R$ 25 milhões (8 de julho), uma de R$ 200 mil (também em 8 de julho), uma de R$ 154 mil (12 de julho) e outra de R$ 500 mil (23 de julho).

A situação caótica da saúde pública em Campina Grande é constatada pela população e confirmada pela direção do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab), que desde o início do ano vem denunciando o problema, inclusive com relatórios protocolados junto ao Ministério Público da Paraíba (MPPB).

Entre os problemas constatados e apontados na cidade, nos prédios das unidades de saúde, estão a existência de mofo, infiltrações, paredes rachadas, infestadas por cupins e com risco de ruir, móveis enferrujados, falta de medicamentos, falta de equipamentos, de móveis e utensílios básicos.

Na última quinta-feira (12), o dia de paralisação na saúde de Campina Grande foi definido, durante assembleia coordenada pelo Sintab, para o próximo dia 9 de outubro. Nesse dia, também haverá ato público na Praça da Bandeira, a partir das 9h.

A categoria pretende chamar a atenção da população para os graves e recorrentes problemas que afetam os serviços de saúde do município, como o não cumprimento da data-base e do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR); os atrasos no pagamento da Gratificação de Incentivo ao Trabalho (GIT); e as condições de trabalho, extremamente precárias.

Em entrevista recente, a secretária da saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, respondeu às críticas referentes ao atendimento na rede municipal de saúde. Em relação à ausência de médicos nas unidades de saúde, ela explicou que, das 107 equipes de atendimento, oito ou nove estão sem médicos devido à rotatividade profissional. Ela também disse que a falta de médico é habitual, já que quase nunca há profissionais suficientes.

Diário da Paraíba

Sair da versão mobile