O Comando de Defesa Cibernética do Exército comprou pela primeira vez uma ferramenta que permite a extração de dados de telefones celulares, de sistemas de nuvem dos aparelhos e de registros públicos armazenados em redes sociais. A informação foi revelada pela Folha de São Paulo, nesta quarta-feira, 3.
A opção do Exército foi pela Cellebrite UFED, com hardware próprio comercializado no Brasil, fornecida exclusivamente pela TechBiz Forense Digital. Segundo os dados divulgados pelo jornal, o valor de contrato é de R$ 528 mil, com vínculo até dezembro de 2024.
Dentre funções permitidas pela ferramenta há o acesso de dados de aparelhos bloqueados, a coleta de dados de redes socais e a recuperação de imagens e localizações deletadas. Ferramentas como essa são normalmente utilizadas pelas polícias judiciárias e pelas instituições de perícia do Brasil para ajudar em investigações criminais e operações policiais.
Os documentos de contratação do equipamento, no entanto, não especificam como será realizada a utilização pelo Exército. Também não há informações sobre quais aparelhos passariam a ser acessados.
Segundo o jornal, a contratação feita pelo Exército ocorreu sob dispensa de licitação nos últimos dias de 2021 e foi assinada à época pelo então comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, atual ministro da Defesa. Atualmente, quem está à frente do Comando de Defesa Cibernética é o general Heber Garcia Portella, militar designado pelo Ministério da Defesa para a comissão de transparência das eleições montada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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