Flamengo empata com Bragantino no Maracanã e desperdiça chance de ser líder isolado do Brasileiro

Faltou perna, faltou criatividade, faltou gol. O Flamengo desperdiçou a chance de assumir a liderança do Brasileirão e apenas empatou com o vice-lanterna Bragantino nesta quinta-feira, no Maracanã, pela 16ª rodada. Apenas 48 horas depois de vencer o Goiás, Dome poupou peças, tentou dar fôlego, mas o time sentiu o desgaste e tropeçou diante de um adversário bem arrumado. Claudinho abriu o placar com um golaço e Lincoln empatou de cabeça.

O Flamengo perdeu a oportunidade de assumir a ponta isolada na tabela e chegou aos mesmos 31 pontos de Atlético-MG e Internacional. Nos critérios de desempate, porém, a equipe de Dome está em terceiro: o Galo, mesmo com um jogo a menos, tem uma vitória a mais (10 a 9), enquanto o Colorado leva a melhor no saldo de gols (13 a 7). Domingo, o compromisso é contra o Corinthians, às 16h (de Brasília), na Neoquímica Arena, pela 17ª rodada. Já o Bragantino foi aos 13 pontos, mas segue na vice-lanterna. Também domingo, às 20h30, recebe o Sport, no Nabi Abi Chedid.

A estratégia era até óbvia, e o Bragantino a executou bem: diante de um adversário que voltava a jogar depois de 48 horas, seria inteligente acelerar o jogo e apostar no cansaço do Flamengo. E foi assim que os visitantes levaram mais perigo ao gol de Hugo nos 45 minutos iniciais. Com marcação alta e boas jogadas de lado do campo, especialmente com Claudinho, o time paulista não teve posse de bola, mas teve espaço para ser perigoso. Já o Flamengo, sem a velocidade de Bruno Henrique pelos lados, centralizava a jogada e não conseguia transformar o domínio territorial em boas jogadas. Mais um primeiro tempo ruim.

O Bragantino repetiu a correria no início do segundo tempo e abriu o placar no primeiro minuto. Claudinho tabelou com Ytalo, aproveitou os espaços deixados por Thuler e Léo Pereira e marcou um golaço. Foi a senha para o jogo se tornar ataque contra defesa. O Flamengo se mandou para o ataque, mas faltava perna e criatividade. O abuso das jogadas aéreas facilitava as ações da defesa. Até que Lincoln aproveitou vacilo de Cleiton.

A virada de bola de Renê para Isla abriu a defesa paulista, o chileno cruzou, o goleiro deu rebote e Lincoln empatou. A esta altura, Bruno Henrique já estava em campo e o Flamengo tentava usar mais os lados do campo para pressionar. Não deu muito certo. A equipe até teve domínio territorial, usou o também poupado Gérson no final, mas não conseguiu repetir o roteiro da partida contra o Goiás no final.

Com dois jogos em 48 horas, Domènec Torrent tentou ajustar a escalação do Flamengo e deixou Gérson e Bruno Henrique no banco. Ainda assim, foi visível o desgaste da equipe no decorrer dos 90 minutos. Everton Ribeiro e Isla, que jogaram por Brasil e Chile nas eliminatórias, não tiveram a mesma intensidade, e Pedro foi substituído no intervalo. O calendário apertado acabou fazendo a diferença na busca pela liderança.

O tropeço do Flamengo no Maracanã apresentou um filme repetido das últimas quatro partidas. Contra Athletico-PR, Sport, Vasco e Goiás, o time não foi bem no primeiro tempo, mas conseguiu correr atrás do resultado na etapa final. Dessa vez, com o desgaste e um Bragantino bem arrumado pela frente, não deu certo e ficou a frustração da chance desperdiçada de alcançar a liderança.

Claudinho foi um dos melhores jogadores em campo. Craque da Série B de 2019, o atacante foi de longe o mais perigoso da partida, abusando da velocidade e sempre muito objetivo. Foi recompensado com um golaço no início do segundo tempo.

Globo Esporte