Fundos de investimentos: existe produto ideal para sair da crise?

Saiba como aproveitar as oportunidades que aparecem com o mercado instável e a queda das ações das grandes empresas.

Nunca se falou tanto em instabilidade financeira e mercado volátil quanto no primeiro semestre deste ano. No entanto, é um engano pensar que a crise provocada pelo novo coronavírus assustou os investidores durante o período. Passado o primeiro susto, o tempo de isolamento social transformou-se em uma oportunidade para a formação de um contingente de novos investidores.

Eles aproveitaram o tempo em casa e as horas de folga do home office para estudar sobre finanças e reservas, e buscaram entendimento sobre como funciona esse universo que antes parecia tão distante. Ponto para as carteiras de renda variável: as ações caíram, mas o número de investidores aumentou. Em abril, a B3 registrou um aumento de 41,8% de investidores pessoa física em relação ao mesmo período do ano passado.

Isso não significa que fundos de investimentos favoritos dos iniciantes, como o Tesouro Direto, tenham sido colocados de lado. Até o dólar e o ouro, em geral pouco atraentes por sua volatilidade, tiveram ligeiras altas de investimentos em ativos atrelados à moeda e ao metal. Papéis atrelados ao dólar valorizaram de 1,41% para 1,75% e ao ouro, de 0,39% para 0,51%.

Investidores da era digital

Gradualmente, as plataformas de investimentos viram o número de novos membros crescer e a abertura de contas aumentar nos últimos seis meses. É o caso da CM Capital, operadora dos grandes players que atua também junto aos investidores pessoa física. A corretora contabiliza desde janeiro o número de 40 mil novas contas abertas até o mês de junho.

Um dos facilitadores para esse aumento na população de investidores é a digitalização. Com a praticidade de investir por aplicativos e plataformas online, aumenta também a sensação de segurança dos novos investidores. E a disposição para aplicar suas reservas em fundos de investimentos diversificados.

O sucesso é resultado do esforço das corretoras em promover a cultura financeira. Por meio da disseminação do conhecimento e da oferta de serviços como a consultoria online e por aplicativos, foi possível aos brasileiros seguirem com seus aportes enquanto investidores do mercado internacional recuaram durante o período.

Diante de tantas possibilidades e, apesar da crise, é certo que ainda há espaço para buscar o fundo adequado para o seu perfil de investidor. Mas vale atentar-se à empolgação com o mercado e com as cotações baixas de determinadas ações, por exemplo. O risco de aplicar de forma equivocada existe e não deve ser ignorado. É fundamental ter uma boa assessoria de investimentos e seguir premissas básicas, como:

  • Fugir do efeito manada:não precisa debandar ao primeiro impacto de uma baixa nas ações que adquiriu;
  • Resistir à volatilidade do mercado: empresas com bom histórico tendem a se estabilizar mais rapidamente do que outras em ascensão repentina;
  • Investir em companhias sólidas: avalie sempre o comportamento dos papéis nos quais tem interesse, para minimizar riscos;
  • Ter visão de longo prazo: investimento requer paciência e serenidade para lidar com as oscilações e aguardar melhores resultados.

 

Diário da Paraíba com R7