Giovanna Lancellotti embarca para Guiana Francesa e defende luta ambiental ‘apartidária’

Giovanna Lancellotti fala por minutos a fio sobre os corais da Amazônia, a ameaça das queimadas e a história do navio Esperanza, expedicionário do Greenpeace.

Aulas para o Dança dos Famosos e três filmes engatilhados também são desenrolados com tranquilidade pela atriz de 26 anos. Giovanna é a nova “embaixadora dos oceanos” do Greenpeace e embarca nesta segunda (2) para uma semana de expedição na Amazônia.

As recentes queimadas e a degradação ambiental são os temas com os quais ela mais lida no momento. “As pessoas acham que qualquer movimento ambientalista é de esquerda.” Mas ela não quer ser rotulada assim:

“Eu não estava feliz como estava, mas também não estou satisfeita com o que temos agora. Como que fica? Comecei a me envolver com política há pouco tempo, eu sou criança ainda, estou me conhecendo, pesquisando e buscando informação.”

Outros famosos como Shailene Woodley e Javier Bardem participaram de expedições em defesa dos oceanos. O peso das parcerias com artistas, para ela, está na ampliação da mensagem. “Estar na mídia me ajuda a ter voz para levar informação adiante e incentivar as pessoas.”

Ela já trabalha com duas ONGs de cuidados animais, mas é a primeira vez que se envolve com ambientalismo. Para se preparar, estudou muito.

Ela explica ao G1 que os corais amazônicos, descobertos em 2016, também estão presentes na Guiana Francesa e estão ameaçados pela instalação de empresas petroleiras. Em 2018, o Ibama negou licença para a empresa Total E&P explorar petróleo na região do Amapá.

O Esperanza é o maior navio de frota do Greenpeace, com 72 metros de comprimento. É uma embarcação dos anos 1980, restaurada pela ONG. Ela agora cruza do Ártico à Antártica para pesquisar e chamar atenção para a proteção dos oceanos.

Giovanna vai se juntar ao time de pesquisadores na Guiana Francesa. “Teremos uma rotina de acordar às 6h pra ajudar a limpar a embarcação, preparar mergulhadores, monitorar as imagens, porque eles vão descer com câmeras, e fazer os relatórios à noite, quando todo mundo se junta para as conclusões”, conta a atriz, empolgada.

Três filmes a caminho

Giovanna foi a feliz vítima de duas coincidências. Lia um livro de Zíbia Gasparetto quando foi convidada para estrelar a adaptação de um deles para o cinema. Ao lado de Rafael Cardoso, passou um mês e meio em Curitiba gravando o longa “Nada é por acaso”, sem data de estreia.

“Acredito muito no poder da palavra e das energias que emanamos para o universo.”

Também foi convidada para uma comédia romântica da Netflix, com Danilo Mesquita. “Ricos de amor” estreará no dia dos namorados de 2020. Até o fim deste ano, poderá ser vista nos cinemas como uma patricinha ao lado de Nathalia Dill em uma comédia jovem “Incompatível”.

Apesar dos trabalhos na comédia, ela ainda fica pensativa quando ouve que é engraçada. “ Meus amigos falam que eu sou muito engraçada, não consigo ver isso. É difícil porque a comédia tem um timing muito preciso.”

Ela participou de dois episódios da série “Shippados”, última criação de Fernanda Young, escritora de humor ácido e sagaz, que morreu no mês passado.

“Foi fácil fazer a série porque a comédia estava nas situações criadas pela Fernanda. Tive pouco contato com ela e isso me deixa triste. É uma gênia, e sua morte é uma perda irreparável até para quem não é do meio artístico. Fernanda fazia um humor questionador. Eu acredito que nada é por acaso, mas nesse caso fico me questionando se essa era mesmo a hora.”

Escalada para a Dança dos Famosos, Giovanna não conseguiu evocar a bailarina que foi na infância:

“Fiz Ballet quando era pequena porque todo mundo fazia, mas estou aprendendo tudo do zero. As outras participantes já têm alguma noção, então fico em desvantagem.”

Mesmo assim, e com dores em lugares do corpo que nem sabia que existiam, ela se diverte no processo. Mas o cansaço é tanto que está agradecida de passar uma semana embarcação. Se a cabeça será muito exigida com o desafio, pelo menos as pernas serão poupadas.

G1