Governadores divulgam carta cobrando aumento do Fundeb; leia íntegra

Governadores de 26 estados divulgaram nesta terça-feira (8) uma carta defendendo o relatório da deputada Professora Dorinha (DEM-TO) sobre o Fundeb. O documento foi publicado após a reunião que eles realizaram em Brasília. Somente a Bahia não mandou representante. Leia a íntegra da carta clicando aqui.

O relatório de Dorinha é polêmico porque aumenta de 10% para 40% a participação da União no financiamento do fundo. O governo defende aumentar para 15%.

A carta em defesa do aumento do Fundeb foi sugestão da governadora Fátima Bezerra (PT-RN) – na foto. A petista defendeu o aumento da participação da União dos atuais 10% para 40%. “Isso não é de um dia para outro, é gradativo, em 11 anos, vai passar duas eleições presidenciais ainda”.

No entanto, a governadora afirmou que o texto “está para debate”. O único ponto que a governadora não aceita é o aumento para 15% defendido pelo governo Bolsonaro (PSL), pois considera insuficiente.

“O Fórum Nacional de Governadores reafirma a imprescindibilidade de torná-lo (o Fundeb) permanente, e a necessidade imperativa de ampliar os recursos da União para que, assim, possa manter-se o principal instrumento de redução das desigualdades educacionais”, diz a carta.

Os chefes do Executivo nos estados também defendem a discussão “imediata” do tema no Congresso Nacional. “Entendemos que essas medidas fortalecerão as políticas para a educação básica pública e a valorização dos profissionais da educação”.

Presente ao encontro, Dorinha relatou os principais pontos de seu relatório. Segundo ela, os recursos do Fundeb correspondem a 63% do dinheiro destinado ao financiamento da educação básica pública brasileira.

Reforma tributária

Na reunião, o governador Wellington Dias (PT-PI) apresentou aos seus colegas uma proposta de incluir nas reformas tributárias em tramitação no Congresso Nacional a possibilidade de tributar jogos online.

“Pessoalmente venho insistindo pra regulamentar e tributar jogos, especialmente pela internet para viabilizar o Fundo Nacional de Segurança Pública. O Brasil é o único país do campo democrático que ainda não fez”, disse nesta manhã ao Congresso em Foco, antes da reunião começar.

A ideia foi apoiada pelos governadores João Dória (PSDB-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Já o mandatário do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), elogiou a boa intenção da proposta, mas afirmou que a necessidade é melhorar a gestão da segurança pública, não aumentar o financiamento. “Não adianta querer gastar mais dinheiro em cima de algo que está ruim”, disse.

Cessão Onerosa

O secretário da Fazenda de São Paulo e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu mudar os critérios de divisão da partilha de pré-sal para estados e municípios.

Do modo como foi aprovado pelo Senado, a divisão é feita com base nos Fundos de Participação de Estados e Municípios, o que beneficia estados do Norte e Nordeste. Meirelles quer que dos 15% das receitas do pré-sal destinadas para estados, 10% seja por meio do FPE e FPM e 5% por meio da Lei Kandir, que privilegia estados produtores, como os do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

A governadora Fátima Bezerra (PT-RN) se manifestou contra essa ideia e defendeu o FPE e FPM como critérios únicos. O governador Wilson Witzel (PSC-RJ) afirmou que ainda vai avaliar a proposta exposta por Meirelles. O Rio de Janeiro foi beneficiado por meio de um acordo no Senado no qual a União abriu mão de parte dos 3% a qual teria direito para aumentar o repasse ao Rio de Janeiro.

Previdência

Alguns governadores não vão esperar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela da reforma da Previdência e irão mandar até o final do ano proposta de reforma previdenciária em seus próprios estados.

A intenção foi manifestada hoje pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o do Acre, Gladson Camelli (PP).

O governador João Dória se mostrou esperançoso de que a PEC paralela seja aprovada ainda este ano, mas disse que o governo de São Paulo já tem uma proposta pronta articulada pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) para enviar à Assembleia Legislativa caso a segunda PEC da Previdência não seja terminada em 2019.

No mês de agosto, o Congresso em Foco ouviu os mandatários do Piauí, Wellington Dias (PT), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que também disseram que vão enviar reforma da Previdência para as respectivas Assembleias Legislativas.

Diário da Paraíba com Congresso em Foco