Acusado de ter vazado óleo no Nordeste pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (na foto), o Greenpeace disse que o ministro tem mentido sobre o desastre ambiental que atinge o litoral brasileiro para “esconder sua incompetência em agir e proteger as pessoas e o meio ambiente”. “Sua postura não é digna do cargo que ocupa”, criticou o Greenpeace, que promete tomar todas as medidas legais cabíveis contra a declaração de Salles.
“Enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico. Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação. É bom lembrar que isso vem de alguém conhecido por mentir que estudava em Yale e ser condenado na Justiça por fraude ambiental”, rebateu o Greenpeace, que está analisando quais medidas legais podem ser tomadas contra Salles.
“As autoridades têm que assumir responsabilidade e responder pelo estado de direito pelos seus atos”, argumentou a organização não governamental em nota.
A resposta veio pouco tempo depois de o ministro Ricardo Salles ter usado as redes sociais para sugerir que um navio do Greenpeace pode ter sido o responsável pelo vazamento de óleo que atinge o litoral. No Nordeste para avaliar o impacto do óleo que há mais de 50 dias atinge a região, o ministro disse no Twitter que um navio da organização não governamental parece ter navegado “em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano”.
O Greenpeace explicou que o navio que passou perto do litoral nordestino nos últimos meses tinha um objetivo exatamente oposto: denunciar as ameaças aos mares. “O nosso navio Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada ‘Proteja os Oceanos’, que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ameaças aos mares”, informou.
A organização contou ainda que o navio passou pela Guiana Francesa, perto da costa brasileira, entre agosto e setembro, para realizar uma “expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, com o propósito de lutar pela proteção dos oceanos e contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade marinha”. Agora, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai.
Diário da Paraíba com Congresso em Foco – Foto: José Cruz
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