Um Flamengo sem inspiração, mas com muita vontade. Foi esse o roteiro da vitória de virada por 2 a 1 diante do Fortaleza, no Castelão, na noite desta quarta-feira. Em coletiva após a partida, Jorge Jesus reconheceu que a equipe não manteve o nível de outras partidas, lembrou dos desfalques e comemorou o resultado.
– Tivemos muito jogadores fora. Não tivemos um jogo a nível do que estamos habituados a fazer no primeiro tempo. Fizemos alterações para ver se melhorava a equipe, fiz mudanças táticas. No intervalo modifiquei e as coisas melhoraram. Fizemos por onde ganhar. Depois do empate, tivemos a melhor parte. Foi uma vitória com estrelinha de campeão.
Jesus ainda elogiou a decisão da diretoria do Flamengo de não liberar Reinier para o Mundial sub-17. O meia foi decisivo e marcou o gol da vitória em Fortaleza.
– A decisão em relação ao Reinier ficou provada de que foi super acertada. Ele que fez a alteração do resultado. Isso mostra que todas as atitudes que a direção do Flamengo teve foi acertada. Temos jogadores lesionados, suspensos e ele foi importante.
O treinador ainda descartou a possibilidade de poupar jogadores no Fla-Flu de domingo, visando o jogo contra o Grêmio, na próxima quarta, pela Libertadores. Alguns jogadores demonstraram sinais de cansaço, mas o português disse que só não jogará quem correr risco de lesão.
– Minha cultura não é essa (de poupar). E os jogadores provam domingo a domingo. Descansar? Isso não existe. Vamos descansar nos dias que temos. Quinta, sexta, sábado… Domingo é para correr. Se tivermos jogadores com sinais de lesão, é outra coisa.
Os campeões também precisam ter sorte. É óbvio. Sorte no jogo. Vocês acham que nosso segundo gol foi por acaso, mas não foi. Não quero falar isso para não dar pista aos outros. Foi um trabalho de equipe. Não tivemos a mesma atuação porque não tínhamos alguns jogadores, a grama era alta, estamos perdendo e viramos.
Fui jogando com ele em várias posições, fui vendo onde poderia se encaixar melhor para o que queríamos. Ele fez três posições e era importante sentir onde iria encaixar. Ele já me entende com sinais, o que eu penso para ele. E após o 1 a 1 já estava onde queria. É um menino intenso, ao contrário de outros jovens. Joga 90 minutos sempre numa intensidade alta e foi bom tê-lo.
Felizmente, o Brasil é um país democrático politicamente e fisicamente. Cada um torce para quem quiser. Se o Flamengo é uma nação, é porque é maioria em quase todos os estados do Brasil. Foi a história que construiu isso, através de títulos, grandes jogadores.
É um clube com muita história e por isso tem muitos torcedores. Mas quero dizer que estou habituado com a Europa e aqui no Brasil os jogadores se respeitam, passeiam entre si com camisa. Isso não acontece lá, muitas vezes tem que deixar para vestir dentro do estádio.
O Flamengo não ganhou com uma decisão do VAR. Ele empata com uma decisão do VAR e ele sofre 1 a 0 com uma decisão do VAR.
Não vai ter influência nenhuma no ponto de vista emocional. Pode ter no físico. É uma semi de Libertadores e nenhum resultado vai ter inferência psicológica negativa. O único clube que joga em duas competições para ganhar é o Flamengo. Vamos ver como estão alguns jogadores na recuperação e vou tomar decisões.
Já tínhamos tentado uma jogada ensaiada em cobrança de falta que foi muito bonita. E conseguimos o 2 x 1 em um lateral que já tínhamos realizado aqui mesmo contra o Ceará.
Todos são importantes, mas em todas equipes do mundo há uns mais do que outros. O Everton é desses jogadores. Tem uma rentabilidade no último passe, pensa a frente. Faz parte da qualidade da equipe e espero que domingo possa jogar.
Globo Esporte