Os organizadores buscam mobilização em ao menos 16 cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Teresina, Aracaju e Manaus.
No Rio de Janeiro, a Associação de Profissionais por Aplicativo (APP) convoca manifestação nacional “por reajuste nas tarifas”. Junto Associação Driver do Rio de Janeiro (ADRJ) e Sindicato dos Prestadores de Serviços por Meio de Apps e Software para Dispositivos Eletrônicos do Rio de Janeiro (Sindmobi), a entidade planeja um ato em frente à sede da Uber.
“A Uber e 99 enganam dizendo que houve reajuste e plantam matéria paga para forçar o uso do ar-condicionado. A verdade é que o reajuste não chegou até nós e mesmo que chegasse, nos valores propostos (5% da 99 e 6,5% da Uber) não cobrem nem de longe o custo de manter o ar ligado. Quando estamos há anos sem reajuste qualquer real por km rodado faz diferença. Vocês têm pago mais, nós recebemos menos e os apps ganham sozinhos”, diz a APP em rede social.
Já em São Paulo, a greve é convocada para a próxima sexta-feira (1) por Paulo Lima, o “Galo”, uma das lideranças dos Entregadores Antifascistas. Em rede social, ele convoca a repetir o “apagão dos apps”, que ocorreu em 1 de abril de 2020.
Além da paralisação, Lima pede a adesão de internautas a partir da hashtag #apagaodosapps.
Posicionamento das empresas
Em contato com a reportagem, a Uber argumenta que lançou um pacote de medidas para mitigar os custos dos motoristas parceiros devido à recente alta no preço dos combustíveis.
“Estão sendo investidos cerca de R$ 100 milhões em iniciativas como promoções de ganhos adicionais e parcerias que ajudam a reduzir os custos dos parceiros, além de um reajuste temporário no preço das viagens. O preço das viagens intermediadas pela plataforma foi reajustado temporariamente em 6,5%, com o objetivo de ajudar os motoristas parceiros a lidar com o pico de alta em seus custos operacionais”, diz a Uber sobre sua iniciativa global diante do cenário causado pela invasão russa sobre a Ucrânia.
“Sabemos que motoristas estão entre os primeiros a sentir o impacto dos preços recordes dos combustíveis, então estamos implementando essas iniciativas para ajudá-los. Esperamos que essas ações emergenciais colaborem para reduzir os impactos no dia a dia, mas continuaremos ouvindo nossos parceiros, especialmente neste momento”, afirma Silvia Penna, diretora-geral da Uber no Brasil.
Já a 99 diz que reconhece e respeita o direito de livre manifestação e está sempre aberta ao diálogo. A empresa alega que lançou, em 23 de março, um auxílio de R$ 0,10 por km rodado a cada R$ 1 de aumento no preço da gasolina.
“Em São Paulo, em uma corrida de 12 km, que gasta 1 litro na média para carro popular, o reajuste é de R$ 2,04 para este trecho. Ou seja, o motorista recebe um valor superior por litro se comparado à diferença atual que paga pelo combustível, cerca de R$1,65”, diz a 99 em nota à reportagem. “O adicional será reajustado automaticamente e mensalmente, de acordo com o valor da gasolina informado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP)”.
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