‘Movimento 65’ reforça a identidade do Partido Comunista do Brasil para as Eleições de 2020

A escassez de notícias políticas entre o Natal e o Ano Novo fez brotar neste sábado (28) a fantasiosa informação de que o PCdoB estaria de mudança para outra identidade, abrindo mão de sua trajetória centenária e até deixando de se chamar Partido Comunista. Tudo porque o partido lançou na reunião de sua direção nacional, realizada no início de dezembro, o ‘Movimento 65’, “um lugar para os lutadores e lutadoras das causas da classe trabalhadora e do povo, intelectuais e agentes culturais progressistas, líderes da sociedade civil”.

A iniciativa não chega a ser uma novidade na centenária trajetória dos comunistas do Brasil, sempre inventivos em buscar saídas para as situações mais complexas da luta política. Foi assim que surgiu a Aliança Nacional Libertadora, a ANL, instrumento amplo para enfrentar a ditadura do Estado Novo, agregando uma diversidade maior de segmentos da sociedade brasileira, com base na defesa da democracia e dos interesses nacionais.

Na resistência à ditadura militar, que marcou o Brasil por 21 anos, os comunistas atuaram no MDB, depois PMDB, buscando agregar setores mais avançados daquele partido de frente em articulações como ‘Bloco Popular’ e ‘Tendência Popular’. O objetivo era sempre o mesmo, agregar o máximo de força para obter avanços e defender a democracia.

O boato sobre a mudança de identidade do PCdoB também não é novo e pode ter fundamento justamente na dificuldade de alguns em compreender a nova tática dos comunistas, expressa na resolução de sua direção nacional ao lançar uma ampla articulação política com vistas à disputa eleitoral para o próximo ano.

Ali está claro: “O ‘Movimento 65’ se direciona a acolher filiações democráticas de lideranças de feições políticas e ideológicas amplas e comprometidas com uma plataforma patriótica, democrática e progressista para as cidades e o país”. Em perfeita sintonia com o que já havia declarado a presidente nacional dos PCdoB, Luciana Santos, ao negar boatos de que partido renegaria sua identidade.

Disse Luciana: “O PCdoB, neste momento, se movimenta para crescer e se fortalecer, visando sua participação nas eleições de 2020 e para defender o Brasil e a classe trabalhadora em face do desastroso governo Bolsonaro (sem partido)”.

“O ‘Movimento 65’ é justamente a materialização desse entendimento do momento atual, especialmente para o enfrentamento que se anuncia para o próximo ano. Será um embate eleitoral contra as forças de extrema direita que assomaram o poder e que têm implementado um retrocesso que nem mesmo a ditadura militar foi capaz de fazer”, conforme avalia a presidente nacional da legenda.

Ao anunciar o ‘Movimento 65’, o PCdoB conclama “que todos e todas venham compartilhar conosco a legenda 65 como símbolo democrático, patriótico e popular, destinado a dar pluralidade à esquerda, atender aos anseios do povo por uma vida melhor e defender o nosso país”. Como expressa o mesmo documento ao afirmar que “o Brasil precisa de uma oposição forte, ampla e vigorosa”.

Comprometido com os interesses do país e os direitos da população, o PCdoB tomou uma iniciativa que visa preservar sua indispensável presença na cena política brasileira e, principalmente, defender a democracia como o melhor instrumento para expressar os interesses do povo e de amplos segmentos da nação.

Diário da Paraíba com Portal Vermelho

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