“Passei por dias muito difíceis, nunca me imaginei naquela situação. Eu me sinto profundamente dilacerada pelo ocorrido. Não escolhi ter surto”, afirma.
Sandra Mara diz que teve um surto e que vai procurar por justiça por “ter sido usada como objeto de prazer durante delírios e alucinações que confundiram minha mente e me colocaram num contexto nojento e sórdido”.
Em 9 de março, o marido de Sandra, o personal trainer Eduardo Alves, de 31 anos, foi filmado agredindo o sem-teto Givaldo Alves, de 48 anos, após flagrá-lo com Sandra dentro do carro da família.
À polícia, o personal trainer disse ter pensado que a esposa estivesse sendo estuprada. Também contou que ela enfrentava “problemas psicológicos”. Após o ocorrido, a mulher foi levada a uma instituição de saúde, onde passou por tratamento médico.
Após a confusão, Givaldo recebeu atendimento no Hospital Regional de Planaltina. Ele alegou que não conhecia a mulher e que não sabia que ela era casada. Também negou qualquer possibilidade de violência sexual. Em depoimento à polícia, o sem-teto disse que foi abordado por Sandra e que ela o chamou “para brincar”.
Em áudios gravados pela própria mulher e que circularam à época da divulgação caso, ela contou que manteve relações sexuais consensuais com Givaldo. Sandra disse que enxergou Deus e o próprio marido no homem.
No post, Sandra diz ter sido vítima de humilhação após a repercussão do caso: “Fui taxada como uma mulher qualquer, uma mulher promíscua, uma mulher com fetiche, uma traidora”.
“Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual, mas eu não escolhi ter um surto, eu não escolhi ter sido humilhada, eu não escolhi ter minha vida exposta e devastada!”, escreveu.
Ela também agradece ao marido, aos familiares e aos profissionais de saúde que trabalharam do tratamento.
“Agradeço ao meu esposo por tudo que ele fez por mim. Ele me defendeu durante e depois do ocorrido, pois sabe que em condições normais eu jamais teria permitido passar por aquilo.”
As imagens das câmeras de segurança mostram que, no dia do flagra, Eduardo arrancou o sem-teto Givaldo Alves de dentro do veículo e o agrediu. No vídeo é possível ver que, depois de apanhar, o morador de rua saiu correndo. A mulher ficou na calçada e chegou a cair no chão, de joelhos, junto ao marido.
Em um áudio que circulou na época em que o caso foi tornado público, Sandra afirmou: “Eu não conseguia nem falar e nem abrir meus olhos. Meu coração estava acelerado, mas eu não conseguia sentir ódio do homem que fez isso comigo porque eu só enxergava Deus nele. Eu só enxergava Deus. Não sei explicar”.
A 16ª Delegacia de Polícia, de Planaltina, abriu investigação para apurar o caso. Em nota, a corporação informou que o inquérito ainda não foi finalizado e que o procedimento é sigiloso.
Veja, abaixo, a íntegra do texto publicado por Sandra:
G1