Nobel de Física 2020 vai por descobertas sobre buracos negros

Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez são os ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Física, anunciou a Academia Sueca nesta terça-feira (6), por descobertas sobre buracos negros, um lugar no espaço onde a gravidade é tão forte tanto que nem a luz consegue escapar dela.

Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).

Roger Penrose, britânico de 89 anos, mostrou que a teoria geral da relatividade leva à formação de buracos negros; ele ficará com metade do prêmio. Ele é professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Reinhard Genzel, alemão de 68 anos, e Andrea Ghez, americana de 55 anos, ficarão com a outra metade, pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. Um buraco negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.
Genzel é afiliado ao Instituto Max Planck para Física Extraterrestre em Garching, na Alemanha, e à Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Ghez é a primeira mulher premiada neste ano e a quarta a ganhar um Nobel em Física na história do prêmio (desde 1901). Ela leciona na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), também nos EUA.

Desde 1901, o primeiro ano em que o Nobel foi entregue, apenas Marie Curie (1903), Maria Goeppert Mayer (1963) e Donna Strickland (2018) foram laureadas em física.

O comitê do Nobel avaliou que o trabalho de Penrose “usou métodos matemáticos engenhosos em sua prova de que os buracos negros são uma consequência direta da teoria geral da relatividade de Einstein”.

Já o trabalho de Genzel e Ghez “deu à ciência a evidência mais convincente de um buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea”, considerou a Academia Sueca.

“Já a outra descoberta, na verdade, é a observação do movimento das estrelas em torno de algo extremamente massivo no centro da nossa galáxia. Tem uma comprovação da previsão. Tem a previsão matemática e a observação de um movimento em torno de algo que tem todas as características de um buraco negro. Ela [Ghez] só não afirma isso porque não viu o buraco negro – ela viu o movimento das estrelas em torno dele”, explica Lima.

Nobel 2020 Medicina
A láurea em Medicina foi a primeira a ser anunciada, na segunda (5). Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice ganharam o prêmio pela descoberta do vírus da hepatite C”, que causa uma inflamação do fígado que pode se tornar crônica e causar câncer, levando à morte. A doença, que é transmitida pelo sangue ou outros fluidos corporais, é considerada um problema mundial de saúde.
Os vencedores dividirão, em partes iguais, o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).

Os estudos do virologista americano Harvey J. Alter, 85 anos, de hepatite associada a transfusões de sangue demonstraram que um vírus então desconhecido era uma causa comum de hepatite crônica. Ele é pesquisador do National Institutes of Health (NIH), nos EUA.
Michael Houghton, virologista britânico, usou uma estratégia não testada para isolar o genoma do novo vírus, que passou a ser conhecido como o vírus da hepatite C. Ele é diretor do Instituto de Virologia Aplicada da Universidade de Alberta, no Canadá.
Charles M. Rice, virologista americano de 68 anos, forneceu a evidência final mostrando que o vírus da hepatite C podia, sozinho, causar a doença. Ele é professor de virologia na Universidade Rockefeller, nos EUA.

Os prêmios em Química, Literatura e Paz serão entregues ainda nesta semana; já a láurea em Economia será divulgada na próxima segunda (12).

Diário da Paraíba com G1