A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio cumprem, na manhã desta quinta-feira, cinco mandados de prisão contra alvos ligados ao sargento reformado da PM Ronnie Lessa .
Alvo de um dos mandados, ele já está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho e é apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Outros alvos da operação “Submersus” são a própria mulher de Lessa, Elaine de Figueiredo Lessa , e o irmão dela, Bruno Figueiredo , além de dois supostos cúmplices do policial. Até 7h35, quatro pessoas já haviam sido presas: Elaine, Bruno, José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo e Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca. Todos foram detidos de forma preventiva por ocultação de arma.
Por determinação do juízo da 19ª Vara Criminal da Capital, também foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão , um deles contra um suspeito de integrar um grupo de matadores de aluguel que teria como principais clientes contraventores cariocas.
Elaine vestia um casaco jeans quando foi presa, por volta de 7h20. Ela foi conduzida até o carro da polícia sem algemas. Vizinhos de condomínio acompanhavam das sacadas a movimentação no local.
Seu irmão Bruno chegou à Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra da Tijuca, por volta de 7h35. O advogado de Bruno Figueiredo, Fernando Santana, o mesmo de Ronnie Lessa, disse que só falará com à imprensa depois de “tomar ciência das acusações”.
A coordenadora do Gaeco, Simone Sibílio, comandou a busca e apreensão no alvo principal: a casa de Elaine. O advogado de Bruno Figueiredo, Fernando Santana, que defende Lessa, a mulher do sargento reformado e Figueiredo, disse que a arma encontrada na casa de Elaine é um fuzil Airsoft.
– Tanto Ronnie Lessa quanto Bruno comercializam armas de Airsoft. Esta arma já estava na casa de Ronnie da outra vez. Por que não apreenderam antes? Como é que a minha cliente pode ser presa? Ela é apenas esposa de um comerciante. Quiseram chamar atenção para o interrogatório do Ronnie Lessa, que acontece amanhã – disse Santana.
Segundo o advogado, Elaine se mudou logo depois da prisão do marido, para um imóvel em um condomínio no número 3200 da Avenida Sernambetiba, na Barra, que é de propriedade do casal.
Antes, ela morava no condomínio no número 3100 da mesma via, onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa. Os dois condomínios se chamam Vivendas da Barra. A atual residência de Elaine ocupa apenas um andar, mas é de alto padrão.
As buscas na casa da mulher de Lessa começaram às 5h40m e terminaram às 7h24. Os policiais estão revistando o local em busca de documentos e armas, pois Elaine tem CR de colecionadora de armas e, segundo investigadores, também atira.
A DH e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acreditam que Elaine foi quem comandou a ação para dar sumiço às armas do marido para apagar qualquer tipo de prova que pudesse incriminá-lo . Acredita-se que uma submetralhadora HK-MP5 , que teria sido usada na execução da parlamentar , tenha sido jogada no mar da Barra da Tijuca , próximo às Ilhas Tijucas .
A mulher de Lessa teria escolhido pessoas da confiança de Lessa e dela própria para a empreitada criminosa. Um dos que ajudaram a eliminar provas, de acordo com as investigações, foi o irmão dela, Bruno Figueiredo. Além dele, também participaram Josinaldo Lucas Freitas , o Djaca, e Márcio Gordo.
O Globo