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‘Operação Recidiva’: prefeito afastado é alvo de ação de improbidade

O Ministério Público Federal (MPF) em Patos, no Sertão paraibano, obteve na quinta-feira (8) o afastamento do prefeito de Emas, José William Segundo Madruga (MDB), para assegurar que o gestor não interfira na instrução processual, mascarando provas importantes para o julgamento da ação de improbidade.

O afastamento foi determinado pela 14ª Vara da Justiça Federal em Patos enquanto durar o período de instrução do processo ou pelo prazo de 180 dias.

Com histórico de participação em ilicitudes combatidas por meio das operações ‘Desumanidade’, ‘Veiculação’ e ‘Recidiva’, o prefeito Segundo Madruga dessa vez foi demandado pelo MPF por fraude à licitação, na construção de uma praça de eventos no município, para beneficiar a empresa Millenium com recursos que totalizam R$ 609.375,00, sendo R$ 585 mil repassados pelo Ministério do Turismo.

No curso da apuração da fraude, foi constatado pela Controladoria Geral da União (CGU) um desvio de R$ 159.494,35 somente na execução física da obra, atribuído aos representantes da construtora Millenium, Dineudes Possidônio (proprietário), Madson Lustosa e Charles Willames, à engenheira Maria Virgínia e ao prefeito Segundo Madruga.

Além de Segundo Madruga, também foram demandados na ação de improbidade o empresário Dineudes Possidônio de Melo (atualmente recolhido no Presídio Regional de Patos); o empresário Madson Fernandes Lustosa (também recolhido no Presídio Regional de Patos); o advogado e contador Charles Willames Marques de Morais (atualmente recolhido em Sala de Estado Maior do Batalhão de Polícia Militar de Patos); o servidor público municipal Eraldo Morais Carneiro; a engenheira civil Maria Virgínia Koerner Pereira e Patrícia Euzébio Araújo.

Na ação de improbidade, o MPF destaca que alguns dos demandados estiveram no núcleo duro de outras organizações criminosas também voltadas ao desvio de recursos públicos, indicando que “fazem do crime sua profissão e não se intimidaram em renovar seus esquemas ilícitos, mesmo quando já descobertos em outras oportunidades, recaindo novamente nas mesmas práticas criminosas”. É o caso de Segundo Madruga, Dineudes Possidônio, Madson Lustosa e Virgínia Pereira. O vínculo estreito entre o prefeito e os sócios da construtora Millenium foi revelado em conversas mantidas através do aplicativo de mensagens Whatsapp.

Conduta recorrente

O prefeito Segundo Madruga já foi investigado no âmbito da ‘Operação Desumanidade’, deflagrada em 4 de dezembro de 2015 para apurar fraudes à licitação, desvio de recursos da saúde e educação e lavagem de dinheiro, nos municípios de Patos, Emas e Quixaba, no Sertão paraibano.

Menos de um ano depois, Madruga foi preso durante a ‘Operação Veiculação’ que investigou irregularidades em procedimentos licitatórios e superfaturamento de contratos em serviços de locação de veículos realizados pelas prefeituras de Patos, Emas e São José de Espinharas. Agora, Segundo Madruga foi afastado, a pedido do Ministério Público Federal, para evitar a repetição das condutas ímprobas e garantir que não ocorra o mascaramento de provas importantes na ação de improbidade.

O MPF pede que a ação de improbidade seja julgada procedente, com a consequente condenação dos réus nas sanções cominadas pelo artigo 12, incisos I, II e III, da Lei 8.429/92, (lei de improbidade administrativa).

Diário da Paraíba com Ascom-PRPB

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