O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), disse ao blog nesta sexta-feira (11) que a negativa dos Estados Unidos (EUA) de endossar neste momento a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) “dificulta” a aprovação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para assumir a embaixada do Brasil em Washington.
Os EUA ainda não oficializaram o apoio à candidatura do Brasil para ingressar na OCDE, priorizando Argentina e Romênia.
Para o senador Major Olímpio, com o posicionamento dos EUA sobre o Brasil na OCDE, a “sinalização” é a de que “hoje, aprovar Eduardo Bolsonaro seria para atender a um interesse pessoal do presidente”.
“Vejo com muita dificuldade a aprovação. Converso muito nos bastidores, já estava complicado. Mas, hoje, com a negativa da OCDE, aprovar Eduardo seria para atender a um interesse pessoal do presidente”, declarou o senador ao blog. “Foi um revês essa sinalização dos EUA ao governo brasileiro.”
No início de julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou a intenção de indicar o filho para assumir a embaixada mas, até o momento, a indicação não foi oficializada. Na ocasião, Bolsonaro disse que o filho tem uma “vivência internacional muito grande” e que já fez intercâmbio nos EUA onde fritou hambúrguer.
Segundo Major Olímpio, a dificuldade também se dá porque enfraquece um dos principais discursos do Planalto: o de que Eduardo Bolsonaro não só tem acesso livre à Casa Branca, como pode ajudar, se embaixador, na aproximação e na relações comercias entre os dois países.
Brasil já está sem embaixada. Por ora, “não altera em nada’ o posto vaga, ao analisar a negativa dos EUA em apoiar a entrada agora do Brasil nos EUA. “Já estamos sem embaixador. Colocá-lo ali ou um cone de trânsito, não muda em nada”.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), defende que a indicação seja enviada o mais rápido possível.
O blog procurou o líder do governo no Senado para avaliar a declaração de Major Olímpio.
Para Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a carta do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, sobre apoio à Argentina e à Romênia, e não ao Brasil, pode ter sido uma “frustração” para alguns mas, depois, as declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, amenizaram a repercussão.
Sobre as dificuldades para aprovação de Eduardo, o líder disse não acreditar que “amplie as resistências que já existem” para aprovar Eduardo Bolsonaro. “Vai ser um argumento a mais para quem já era contra”, disse.
Perguntado se o presidente vai manter a indicação, mesmo após a negativa à OCDE, Bezerra disse que não falou com o presidente a respeito disso.
Segundo o senador, a última informação que tinha era a de que a indicação seria enviada após a votação da reforma da Previdência no Senado. A votação do segundo turno está prevista para o próximo dia 22.
G1