Paraíba terá 14 festivais de cinema em 2020

O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), participou, na noite da última quinta-feira (28), em João Pessoa, do 14º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, quando anunciou para janeiro de 2020 o lançamento de edital voltado para a realização de 14 festivais de cinema na Paraíba.

“É com esse compromisso que vamos fazer com que a Paraíba se mantenha respeitada nacionalmente. Nós tivemos a possibilidade de investir, neste ano, mais de R$ 16 milhões na cultura, temos programas importantíssimos para a nossa sociedade, como o projeto Prima, a Orquestra Sinfônica da Paraíba, o Festival Jackson do Pandeiro e festivais de cultura quilombola e cigana e é com esse olhar para segmentos da sociedade paraibana que asseguramos inclusão”, frisou.

Em sua participação no Fest Aruanda, o governador também garantiu o apoio do governo do estado para fortalecer o evento nas próximas edições. “Nós vivemos em um momento do país que a cultura é relegada a segundo plano e precisamos resistir e esse festival é, acima de tudo, uma manifestação de resistência, e de comprovação de que investir na cultura vale a pena, porque esse também é um segmento que gera emprego e renda”, ressaltou.

O Fest Aruanda é um evento consolidado como um dos principais do gênero no país e reúne, até o dia 4 de dezembro, atores, cineastas, críticos, jornalistas e diretores em mostras competitivas de curtas e longas-metragens, sessões especiais, debates, oficinas e painéis em torno do fazer cinematográfico. O governo do estado, por meio da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), investe no festival que, este ano, celebra os 100 anos do cinema paraibano.

“A Cagepa se sente extremamente orgulhosa, enquanto empresa, por propiciar, a partir de sua recuperação, o pagamento de imposto de renda, fazendo com que ele pudesse ser utilizado dentro dos limites que a legislação permite em um fim tão nobre como a cultura paraibana. A Cagepa é um instrumento de desenvolvimento para o nosso estado e não atua apenas para levar água e esgoto, mas para manter sustentabilidade ambiental e incentivar a cultura”, destacou o presidente da Companhia, Marcus Vinícius Neves.

A abertura do Fest Aruanda foi marcada pelo lançamento do livro ‘Mr. Babenco: solilóquio a dois sem um’, de Bárbara Paz, e do Correio das Artes, suplemento do jornal A União sobre o festival. Na ocasião, também houve a sessão Cine Memória Walfredo Rodriguez, o primeiro cineasta paraibano, com exibição de ‘Carnaval PB e PE (1923)’, ‘Sob o Céu Nordestino’ (1929) e ‘Jogando no Palestra Itália’ (1929) – um compacto editado por José Maria Pereira Lopes (TV Cultura-SP) e um concerto de homenagem ao cinema paraibano e ao maestro Pedro Santos, com o Sexteto Brassil (Departamento de Música da UFPB), que tocou trilhas sonoras de alguns filmes brasileiros.

Na oportunidade, ainda aconteceram homenagens a José Bezerra Filho (escritor e produtor), Marcus Vilar (cineasta) e Ingrid Trigueiro (atriz) e a exibição dos filmes ‘A volta para casa’, curta-metragem de Diego Freitas, e ‘Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou’, de Bárbara Paz.

“Estou muito feliz de estar no Fest Aruanda com um filme que está tendo uma trajetória linda. Esse é um festival muito significativo e importante neste momento do nosso país. Trazer o Babenco e lançar o meu livro é motivo de agradecimento, de festejar e compartilhar a cultura”, comentou a atriz Bárbara Paz.

Já o editor do suplemento de Arte e Cultura do jornal A União, André Cananéa, destacou a preocupação do Correio das Artes de resgatar memórias culturais da Paraíba. “Esse projeto é um patrimônio paraibano, com projeção nacional e está perto das pessoas. O cinema paraibano e nordestino está vivendo um momento maravilhoso, a produção tem sido muito grande e muito boa, temos um celeiro muito bom de artistas e as pessoas estão valorizando isso e fico feliz por esse crescimento”, declarou.

Na sua décima quarta edição, o Fest Aruanda festeja o centenário do cinema paraibano, cujo marco são as primeiras atividades cinematográficas realizadas na Paraíba, em 1919, pelo cineasta Walfredo Rodriguez. Para celebrar o pioneirismo desse documentarista, o festival instituiu o Troféu Walfredo Rodriguez, para personalidades que contribuíram para a história do cinema paraibano. Dois homenageados do evento receberão esse troféu: o escritor e produtor José Bezerra Filho e o ator, cordelista e artista plástico W. J. Solha, pela produção do filme ‘O salário da morte’ (1972), primeiro longa-metragem de ficção rodado em 35 milímetros na Paraíba.

O organizador do Fest Aruanda, professor Lúcio Vilar, afirmou que o evento está consolidado no calendário cultural da Paraíba e é resultado de um esforço coletivo. “Estamos celebrando os 100 anos do cinema paraibano e o festival cumpre esse papel e se tornou um momento de expressão maior. Todas as produções em curta e longa-metragem passam pelo Fest Aruanda. A nossa história precisa ser contada, tem muita coisa que não se sabe e nós estamos lembrando o primeiro cineasta paraibano, Walfredo Rodriguez, que merece esse crédito. A nossa programação segue diversificada até o dia 4 e João Pessoa se transforma na capital do cinema nordestino e brasileiro”, comentou.

Diário da Paraíba com Secom-PB

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