Pauzuello defende centralização de licitações para ‘estabilizar mercado’

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, defendeu nesta quinta-feira (23) a centralização das licitações para a compra de insumos e medicamentos utilizados nas ações de combate à covid-19.

O general, que ocupa o cargo desde a demissão do ex-ministro Nelson Teich, em 15 de maio, participou de coletiva de imprensa, em Curitiba, durante visita aos estados da região Sul do País.

“O que eu acho que vai resolver o problema, eu coloco assim, é uma licitação centralizada. Feita pelo Ministério da Saúde, com a participação dos 26 estados, das capitais e os municípios mais importantes. Onde o preço vai estar aí sim equalizado, já com logística de entrega prevista no local e com a participação atual dos produtores, direto com os produtores. Isso vai trazer uma certeza maior de quanto empenhar na compra e que o gestor receba”, explicou.

Pazuello afirmou que, diante da pandemia do novo coronavírus, o mundo vive um “desajuste” no mercado de medicamentos. A realidade global, que tem ampliado as desigualdades comerciais, teria contribuído para que alguns estados e municípios registrassem baixa significativa nos estoques.

“Existe um aumento grande na demanda, um aumento de preços. Há falta em alguns lugares, que são potencializados pelo risco de não ter aquele medicamento na ponta da linha. Esclareço que a compra de medicamentos e a distribuição são realizados em nível de estados e municípios. Isso vem acontecendo normalmente ao longo do tempo”, avaliou o general Pazuello.

De acordo com o ministro interino, assim que houve a instabilidade, o Ministério da Saúde buscou assumir “um pouco dessa coordenação” e, a partir de discussões com produtores, distribuidores e órgãos de saúde, foram feitas requisições emergenciais.

“Estamos entregando, logisticamente, no ponto certo. No momento em que está mais faltando. Evitando, com isso, que aconteça um colapso em todos os lugares do Brasil. Estamos negociando a compra de medicamentos no exterior com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde). Estamos com um imbróglio sobre preço. Lá fora está acima das nossas tabelas aqui. Então, não podemos simplesmente comprar com um preço alto”, completou.

‘Tenho muito respeito pelo ex-ministro Mandetta’

Eduardo Pazuello também repercutiu uma fala do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da BandNews TV. Na ocasião, em resposta a um comentário feito pelo atual chefe da pasta, o ex-ministro disse: “Como eu não entendo de paraquedas, ele não entende de saúde, então a minha crítica ficaria vazia, portanto, acho que a crítica dele é vazia também”.

Após ser questionado pela imprensa, o ministro interino evitou polemizar o assunto e afirmou que “isso faz parte da discussão” do processo que o Brasil enfrenta por conta da crise sanitária. “Eu queria dizer que da minha parte não há qualquer motivo de alfinetar o ministro. Com certeza ele, à época, tomou medidas, as mais difíceis que ele podia tomar. Decisões mais difíceis dentro do que se tinha conhecimento, dentro do que se tinha de melhor para o País”.

 

Diário da Paraíba com R7