A Polícia Civil identificou os dois seguranças do supermercado Ricoy, zona Sul de São Paulo, acusados de torturarem um jovem negro de 17 anos com um chicote. São eles Davi de Oliveira Fernandes, 37 anos, e Valdir Bispo dos Santos, 49 anos, seguranças terceirizados do estabelecimento situado em Vila Joaniza. Os dois funcionários foram identificados, em depoimento, por um gerente do comércio.
O rapaz de 17 anos afirmou à Polícia Civil ter sido ameaçado de morte por um dos seguranças do supermercado Ricoy para que não relatasse às autoridades ter sido vítima de uma sessão de tortura a chicotadas após tentar furtar quatro barras de chocolate do estabelecimento.
Ele prestou depoimento ao 80.º Distrito Policial, da Vila Joaniza, na zona Sul de São Paulo, após o vídeo das agressões cair na internet e virar alvo de inquérito policial.
O rapaz afirmou que, no mês passado, “em data que não recorda, dentro do supermercado Ricoy, instalado no local dos fatos, apanhou das gôndolas uma barra de chocolate e tentou sair sem efetuar o pagamento”.
“Foi abordado na saída pela pessoa de Santos, segurança do local, o qual conhece já há algum tempo. Ele foi auxiliado por Neto que juntos levaram a vítima até um quarto nos fundos da loja”, narrou.
O jovem acrescentou: “Ali a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo”.
O advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), acompanhou o jovem para depor. “Contatei hoje o Conselho Tutelar da Cidade Ademar para que acompanhem o caso e deem apoio através de encaminhamentos sociais ao adolescente.
Encaminhei o Boletim de Ocorrência com o endereço para os conselheiros realizarem uma visita onde ele está morando e verifiquem se ele está recebendo alguma ameaça”, afirmou.
“O conselho também vai verificar a necessidade de assistência psicológica ao jovem. O menino está passando hoje por exame de corpo delito agora pela manhã.
Os agressores logo que identificados e indiciados podem ser presos preventivamente já que no dia dos fatos ameaçaram o rapaz caso ele denunciasse a violência sofrida”, diz Ariel.
Metropoles