Segundo o Fogo Cruzado, um laboratório de dados sobre violência, o assassinato da menina Ágatha Félix, de 8 anos, que morreu após ser atingida por tiro de fuzil da Polícia Militar enquanto voltava para casa com sua família, foi o 16º episódio em que uma criança foi baleada no Rio de Janeiro apenas este ano. A morte da jovem gerou revolta nas redes e vai mobilizar protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro contra a política genocida do social-cristão Witzel.
“Ágatha (8 anos) – foi a 16º criança baleada este ano no Grande Rio – a 5º que não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela estava com o avô numa kombi quando foi atingida nas costas, ontem, no Complexo do Alemão”, publicou o Fogo Cruzado que listou ainda 12 casos de crianças com menos de 12 anos que foram vítimas de tiros no estado. Cinco, incluindo Ágatha e um bebê dentro da barriga da mãe, morreram.
Mais de mil outras mortes, principalmente de negros e pobres moradores de comunidades, foram registradas em 2019 em decorrência de operação policial. Elas vêm aumentando desde que Wilson Witzel, do Partido Social Cristão (PSC), assumiu como governador do Rio de Janeiro.
Witzel é entusiasta de uma política de segurança agressiva, e causou polêmica ainda no ano passado quando disse que a polícia sob seu comando vai “mirar na cabecinha e fogo”. Ele já chegou, inclusive, a lamentar por não poder disparar mísseis em comunidades do Rio.
Na manhã do sábado (21), moradores do Alemão fizeram um protesto em razão da morte de Ágatha e de outros jovens negros. Pelas redes, a hashtag #ACulpaEDoWitzel ganhou repercussão. O ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), chamou Witzel de assassino e pediu o impeachment do governador.
Diário da Paraíba com Revista Fórum