“É inegável que essa edição do BBB tem um benefício. Mostra, em tempo real, que há pretos racistas no Brasil. E são todos crias do esquerdismo que tenta nos dividir. Finalmente a máscara caiu”, escreveu em uma rede social.
Em seguida, em uma interação com um dos seus seguidores, Camargo ainda avaliou que o atual programa da TV Globo é uma “grande oportunidade para a direita”. “[É] um tiro no pé da esquerda, grande oportunidade para a direita”, disse.
A nova temporada do “BBB” estreou no fim de janeiro e é considerada a edição com o maior número de participantes negros. Nove dos 20 “brothers” e “sisters” são negros.
São eles: Lumena, João Luiz, Gilberto, Karol Conka, Camilla de Lucas, Pocah, Nego Di, Lucas Penteado e Projota.
Embora o presidente Camargo não cite nomes ou situações específicas à qual se refere, com pouco mais de uma semana no ar, a cantora Karol Conka se envolveu em polêmica e foi acusada por internautas de xenofobia ao associar sua origem curitibana ao modo mais reservado de falar, insinuando que ela seria “mais educada” do que Juliette, que é paraibana.
Desde a última semana, o programa também vem mostrando que Conka impediu Lucas Penteado de comer na mesa ao lado dos outros participantes e passa o dia ofendendo o brother de 24 anos. Há cenas fortes de Lucas chorando, cantando sozinho, enquanto Conká cria aliados dentro da casa para tentar votar no paulistano. A postura da rapper gerou mais críticas nas redes sociais.
Racismo no Brasil
Não é a primeira vez que Camargo se envolve em uma polêmica. No Dia da Consciência Negra de 2020, por exemplo, o presidente da Fundação Palmares também negou que exista racismo estrutural no Brasil.
O órgão que ele preside foi lançado “com a finalidade de promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.
Durante uma reunião de trabalho na Fundação Cultural Palmares (FCP), em junho do ano passado, o presidente do órgão de promoção à cultura negra disparou ofensas, acusações e ameaçou perseguir militantes do movimento negro e líderes de religiões de matriz africana.
“Não vai ter nada para terreiro enquanto eu estiver aqui dentro, zero, nada. Macumbeiro não vai ter um centavo”, disse à época.
Em outra ocasião, ele fez críticas ao movimento negro, alegando que deveria ser prioridade a leitura de Monteiro Lobato em vez de ouvir artistas como Emicida e Mano Brown.
Nomeado em novembro de 2019, Sergio Camargo foi imediatamente rechaçado pelo movimento negro e por intelectuais, ativista Sergio Camargo foi imediatamente rechaçado pelo movimento negro e por intelectuais, ativistas, organizações que lidam com a pauta racial e a defesa da produção cultura negra no país.
Diante disso, a DPU (Defensoria Pública da União) recorreu da medida e apresentou recurso para a retirada de Sergio Camargo, suspendendo sua nomeação. Mais uma vez, o STJ negou o recurso, em Agosto, e por unanimidade.