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Presidente da Fundação Palmares diz que BBB mostra que “há pretos racistas”

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou nesta terça-feira (2) que a nova edição do “Big Brother Brasil”, da Globo, tem um “benefício”, pois mostra que “há pretos racistas”.

“É inegável que essa edição do BBB tem um benefício. Mostra, em tempo real, que há pretos racistas no Brasil. E são todos crias do esquerdismo que tenta nos dividir. Finalmente a máscara caiu”, escreveu em uma rede social.

Em seguida, em uma interação com um dos seus seguidores, Camargo ainda avaliou que o atual programa da TV Globo é uma “grande oportunidade para a direita”. “[É] um tiro no pé da esquerda, grande oportunidade para a direita”, disse.

A nova temporada do “BBB” estreou no fim de janeiro e é considerada a edição com o maior número de participantes negros. Nove dos 20 “brothers” e “sisters” são negros.

São eles: Lumena, João Luiz, Gilberto, Karol Conka, Camilla de Lucas, Pocah, Nego Di, Lucas Penteado e Projota.

Embora o presidente Camargo não cite nomes ou situações específicas à qual se refere, com pouco mais de uma semana no ar, a cantora Karol Conka se envolveu em polêmica e foi acusada por internautas de xenofobia ao associar sua origem curitibana ao modo mais reservado de falar, insinuando que ela seria “mais educada” do que Juliette, que é paraibana.

Desde a última semana, o programa também vem mostrando que Conka impediu Lucas Penteado de comer na mesa ao lado dos outros participantes e passa o dia ofendendo o brother de 24 anos. Há cenas fortes de Lucas chorando, cantando sozinho, enquanto Conká cria aliados dentro da casa para tentar votar no paulistano. A postura da rapper gerou mais críticas nas redes sociais.

Racismo no Brasil

Não é a primeira vez que Camargo se envolve em uma polêmica. No Dia da Consciência Negra de 2020, por exemplo, o presidente da Fundação Palmares também negou que exista racismo estrutural no Brasil.

O órgão que ele preside foi lançado “com a finalidade de promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”.

Durante uma reunião de trabalho na Fundação Cultural Palmares (FCP), em junho do ano passado, o presidente do órgão de promoção à cultura negra disparou ofensas, acusações e ameaçou perseguir militantes do movimento negro e líderes de religiões de matriz africana.

“Não vai ter nada para terreiro enquanto eu estiver aqui dentro, zero, nada. Macumbeiro não vai ter um centavo”, disse à época.

Em outra ocasião, ele fez críticas ao movimento negro, alegando que deveria ser prioridade a leitura de Monteiro Lobato em vez de ouvir artistas como Emicida e Mano Brown.

Nomeado em novembro de 2019, Sergio Camargo foi imediatamente rechaçado pelo movimento negro e por intelectuais, ativista Sergio Camargo foi imediatamente rechaçado pelo movimento negro e por intelectuais, ativistas, organizações que lidam com a pauta racial e a defesa da produção cultura negra no país.

Diante disso, a DPU (Defensoria Pública da União) recorreu da medida e apresentou recurso para a retirada de Sergio Camargo, suspendendo sua nomeação. Mais uma vez, o STJ negou o recurso, em Agosto, e por unanimidade.

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