Assim, como parte de uma estratégia de cooptação ao silêncio, os salários são fixados, propositadamente ou não, para permitir uma concordância às políticas de vendas dos ativos rentáveis da empresa – R$ 231,5 bilhões até a presente data, segundo o Observatório Social da Petrobrás (OSP) – e de sua política de preços para os derivados originários do petróleo nacional mas fixados aos preços internacionais. Ressalte-se que a esses preços ainda são adicionados os custos de importação dos derivados estrangeiros, determinando, por consequência, a ociosidade das refinarias da empresa – 30%, em média.
Quanto aos preços dos derivados, registramos que o engenheiro militar, Wilson Chiarelli, residente nos USA, estado da Virginia, esclarece que o preço da gasolina standard em seu estado, com a cotação do dólar a R$ 5,177, é de R$ 4,09 o litro (10% de álcool anidro). Desse modo, a gasolina vendida no Brasil, em torno de R$ 7,00, é 71,12% mais cara que no mercado americano, onde o salário mínimo é 11 vezes maior que o salário mínimo do brasileiro.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pobreza no Brasil triplicou de 9,5 milhões de pessoas, em 08/2020, para 27 milhões de indivíduos, em 02/2021. Já o percentual de famílias endividadas chega a 72,9%. Diante desse quadro, deve-se confrontar o escárnio de distribuir R$ 31,6 bilhões de dividendos aos acionistas da Petrobrás, sendo que 40% são estrangeiros, dividendos estes, originários dos “lucros” fabulosos gerados através de inescrupulosa isenção de tributos, principalmente na exportação do petróleo bruto.
Registro que à época da construção da Petrobrás – do poço ao posto – nas administrações dos antigos generais – Roca Dieguez, Albino Silva, Kandal da Fonseca, Araken de Oliveira, Ernesto Geisel, Yvan de Souza Mendes e outros, as remunerações da Diretoria e dos Gerentes guardavam relações éticas e morais para não fugirem do teto constitucional e, principalmente, em relação ao quadro social do país. Por essa razão venho sugerir uma “rachadinha ” honesta dos valores que ultrapassem os tetos fixados por lei (R$39.300,00), sem direito a acumulação de outras origens, freando o rápido enriquecimento dos escolhidos para essas funções de comando e reduzindo a taxa do aumento da pobreza no Brasil, ofertando essas diferenças às instituições que cuidam da fome dos brasileiros.
IELA