O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o seu irmão Assis deixaram o complexo da Agrupación Especializada da Polícia Nacional do Paraguai, onde passaram a noite em uma cela após solicitação de detenção do Ministério Público. Os dois terão às 10h deste sábado uma nova audiência no Palácio de Justiça de Assunção, com a juíza Clara Ruiz Diaz, que determinará se eles continuam presos ou não pelo uso de documentos falsos.
Ronaldinho e Assis foram presos preventivamente na noite desta sexta-feira após ação do Ministério Público, para impedi-los de deixar o Paraguai (eles haviam comprado passagem de volta para o Brasil para a manhã deste sábado).
Na quinta-feira, o MP havia decidido não abrir processo formal contra eles, mas no dia seguinte o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, teve uma audiência de seis horas com os envolvidos, não aceitou essa tese e deu 10 dias para a promotoria investigar o caso e dar o parecer definitivo.
Ronaldinho e Assis tiveram os documentos retidos na última quinta-feira, um dia depois da chegada ao Paraguai para participar de eventos promocionais. O MP considerou que ambos “foram enganados em sua boa fé”. A promotoria decidiu usar o “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixaria livre de processo Ronaldinho e seu irmão (e empresário). Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no país. A audiência desta última sexta-feira poderia ter resultado em uma pena de reparação social. Essa foi a sugestão negada pelo juiz Mirko Valinotti.
Três pessoas já foram acusadas após as investigações iniciais: o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado pela defesa de Ronaldinho como responsável pelos documentos falsos, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero.
Wilmondes foi acusado por produção de documentos não autênticos, uso de documentos públicos de conteúdo falso e falsidade ideológica. Já María Isabel e Esperanza foram acusadas de uso de documentos públicos com conteúdo falso, e colocadas em prisão domiciliar.
Diário da Paraíba com G1