Santa Rita vai intensificar políticas públicas para as mulheres em 2020

A gente aposta muito na educação para o protagonismo feminino e empoderamento das mulheres, mas também da conscientização dos homens, por isso, em 2020, será feito um trabalho mais intenso na base de tudo, ou seja, com as crianças. O comentário é da secretária de Políticas Públicas para as Mulheres do município de Santa Rita, Edilícya Fernandes de Melo Santana.

Ela faz um balanço positivo das ações da secretaria no ano de 2019 e prevê a implantação de vários projetos para o ano de 2020 no município de Santa Rita, localizado na Região Metropolitana de João Pessoa. Segundo explica Edilícya, este ano a secretaria promoveu roda de conversa sobre os tipos de violência contra a mulher, a exemplo das violências física e psicológica.

Santa Rita também está entre os municípios inscritos para concorrer ao prêmio ‘Selo Social Prefeitura Parceira das Mulheres’, cuja lista dos municípios selecionados para premiação será divulgada em fevereiro de 2020, com solenidade de entrega do prêmio em março, dentro da programação do 8 de Março – de ‘Dia Internacional da Mulher’.

“A secretaria está dando muita ênfase aos trabalhos educativos, porque a gente acredita que o machismo é a raiz do problema da violência contra a mulher como um todo. Este ano, a gente trabalhou muito nos colégios com os adolescentes, mas já estamos com um projeto para o primeiro semestre de 2020 para execução de um trabalho intensivo com as crianças do ensino fundamental. A ideia é fazer com que as crianças comecem, na base, a entender e superar a cultura machista”.

Outro projeto para 2020 é a implantação de um centro de referência para as mulheres, mas, de imediato, segundo Edilícya, a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres atua para oferecer suporte e assistência às mulheres vítimas de violência, através dos Cras, onde são desenvolvidas atividades para as mulheres, como oficinas, num trabalho intersetorial em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social.

“Quando algumas mulheres que chegam até a nossa equipe falando que sofrem algum tipo de violência, a gente dá o apoio em termos de assistência social e de amparo psicológico. Agora, com relação ao atendimento jurídico, a gente ainda não tem, mas orienta onde procurar esse atendimento. Para suprir essa lacuna, a gente, inclusive, já está em entendimento com a Comissão de Combate à Violência e Impunidade Contra a Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB), para uma posterior parceria, também em 2020”, revela Edilícya.

Ela explica que em Santa Rita não é diferente de outros municípios, com relação aos casos de violência contra a mulher. “Em Santa Rita acontecem muitos casos de violência doméstica e até feminicídios. Temos uma delegacia especializada em Santa Rita que atende as mulheres. Periodicamente, eu vou lá conversar com a delegada e ela me passa como é que está a situação. Não é diferente das outras cidades”, constata.

Edilícya Melo, ao verificar que a Delegacia Especializada da Mulher, em Santa Rita, só funciona de segunda a sexta-feira, providenciou o envio de ofício para a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social solicitando que a delegacia funcione, também, nos finais de semana. “Acredito que nos finais de semana temos uma maior incidência de violência doméstica, quando os parceiros estão mais presentes em casa e também tem a questão de uma maior ingestão de bebidas alcoólicas e, em alguns casos, consumo de drogas. No final de semana geralmente é mais propício à ocorrência de violência contra a mulher”, analisa.

E acrescenta: “As mulheres de Santa Rita, nos finais de semana, em caso de sofrerem violência, são obrigadas a procurarem delegacias nas cidades mais próximas, dificultando ainda mais o registro das ocorrências. Já é tão traumático a mulher ter que sair de casa e procurar uma delegacia para denunciar seu companheiro. Existe subnotificação dos casos, porque muitas mulheres têm uma inibição natural, vergonha e medo de denunciar a violência sofrida. Então, a mulher que tenha coragem de denunciar precisa estar amparada no acesso fácil às delegacias especializadas. Por isso, não pode encontrar delegacias fechadas”, completa, acreditando numa solução positiva do problema.

Diário da Paraíba

Contato com a Redação: [email protected]