Saúde voltada a indígenas, a negros e à população LGBTQI+ é debatida na Paraíba

A Secretaria de Estado da Saúde está presente no 8° Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, com a apresentação de trabalhos premiados na ‘II Mostra Paraíba: aqui tem SUS’ e um estande para mostrar a importância da defesa permanente do SUS e as ações exitosas de destaque da Saúde no estado.

O Congresso, com o tema principal ‘Igualdade nas diferenças’, é sediado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e vai até esta segunda-feira (30). As atividades centrais são realizadas na Tenda Palmira Lopes (localizada no Estacionamento da Central de Aulas), já os grupos de trabalho e demais palestras estão distribuídos nos blocos das imediações.

O público-alvo da atividade são estudantes, professores, ativistas, gestores, pesquisadores, profissionais de saúde e outros atores sociais para promover um amplo debate sobre o valor da igualdade. A secretária executiva de Saúde do Estado, Renata Nóbrega, foi uma das palestrantes da mesa de abertura, e destacou a necessidade da defesa do Sistema Único de Saúde e fez uma reflexão crítica para as políticas públicas de saúde e defesas sociais.

“É com imensa gratidão que o governo da Paraíba apoia este congresso, em defesa de um objetivo único, de uma saúde de qualidade. É importante que os movimentos de representações sociais não tenham nenhum direito a menos durante os tempos de conquistas do nosso SUS”, ressaltou Renata.

Também estiveram presentes para compor a mesa de abertura representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, da Rede de Mulheres Indígenas, na Comissão Permanente de Mulheres indígenas de Pernambuco e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entidade idealizadora do evento.

De acordo com um dos presidentes do congresso, Pedro Cruz, a Paraíba sempre contribuiu para o pensamento crítico e por isso é oportuna a escolha do estado para a realização das discussões sobre saúde e ciências sociais. “Aqui na UFPB se produz tecnologia e ciência. Nosso ponto de partida é a realidade social, a justiça social”, enfatizou Pedro.

Esta edição do evento também celebra 40 anos da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O debate crítico e reflexivo, bem como para aprendizado e propostas para a construção de melhorias no atendimento à saúde pública permeiam toda a programação. Durante a mesa redonda “Populações em Situação de Vulnerabilidade, Mobilização e Participação Social: Diálogos do Acesso ao Cuidado em Saúde”, os povos de comunidades tradicionais e a anemia falciforme foram debatidos.

A coordenadora de Saúde da População Negra da SES, Adélia Gomes, utilizou o momento de fala para ressaltar a relação dos terreiros com os atendimentos de saúde. “80% das pessoas que procuram os terreiros possuem sintomas relacionados a desmaios e dores associadas à energia. Precisamos pensar o acolhimento desta população com um olhar para a saúde integral”, explicou Adélia, ao ressaltar que uma parte da população não busca as unidades de saúde por temer algum tipo de preconceito religioso.

Durante o debate foi ressaltada a necessidade da integração entre a as instituição formadoras de profissionais, os movimentos sociais e a gestão pública, para que as populações vulneráveis recebam o atendimento à saúde de forma integral. Debates sobre saúde mental, construção coletiva do SUS, saúde indígena, Política Nacional de Saúde Integral do SUS a População LGBTQI+ então entre os temas a serem debatidos nos próximos dias de evento.

Diário da Paraíba com Secom-PB