Sem brilho, meninas do vôlei perdem para a Argentina e deixam Pan sem medalha

A seleção feminina de vôlei foi para o Pan com uma seleção com muitas jogadoras mais jovens e sem seus principais nomes. Mesmo assim, se esperava uma apresentação melhor do que se viu em Lima o que, consequentemente, daria chance de trazer uma medalha para o Brasil.

Mas, depois de tomar a inacreditável virada contra a Colômbia na semifinal, a equipe nacional não conseguiu reagir e voltou a perder para a também jovem seleção da Argentina na disputa pela medalha do bronze. A derrota por três sets a zero (26/24, 25/20, 25/21) faz com que a equipe saia do torneio sem subir ao pódio, o que não acontecia desde 2003, no Pan de Santo Domingo.

No primeiro set, com as duas seleções errando passes, a seleção até teve chance de levar a parcial, mas a Argentina foi mais efetiva e ganhou. No segundo, o excesso de reclamações com um erro de arbitragem custou caro. Além do nervosismo das jogadoras, o técnico Zé Roberto deu um chute numa bola, recebendo o cartão vermelho (dando ponto de graça para a Argentina) e aumentando a tensão geral. No terceiro, o time brasileiro tentou na base da empolgação, mas seguiu errando muito e facilitou a vida do adversário.

A seleção volta agora suas atenções para as disputas do Sul-Americano e para a Copa do Mundo. Para esses torneios, as principais jogadoras já estarão de volta ao time.

A oposta Fresco, mais uma vez, foi o nome do jogo entre Brasil e Argentina. A oposta fez 19 pontos e ajudou as hermanas a levar a medalha. Pelo lado do Brasil, nenhuma jogadora se destacou. Lorenne foi a maior pontuadora, com 14, mas com eficiência de ataque muito baixa (23%).

O Brasil entrou em quadra com o mesmo time que começou a semifinal contra a Colômbia. Mas quem começou melhor foi a Argentina. No ataque de Mayer, as hermanas abriram três pontos. A seleção foi buscar e virou numa boa sequência de saques de Lorenne (16 a 13). Mas aí os erros de passe do Brasil voltaram a assombrar e as adversárias voltaram a ficar à frente em recepção ruim de Lana (22 a 20). Em bons ataques de Paula, a seleção empatou (22 a 22).

O Brasil teve o primeiro ponto do set, a Argentina salvou com Elina explorando o bloqueio de Lara. Na sequência, a mesma atacante foi para o saque e teve sorte com a bola tocando na rede e caindo do lado brasileiro. Lorenne pingou a bola seguinte para fora e o placar fechou 26 a 24 para as argentinas.

A seleção não sentiu o baque da derrota e começou melhor a segunda parcial. Natinha fez uma defesaça que proporcionou ponto de Lorenne. Macris atacou de xeque e abriu para o Brasil (7 a 5).

A Argentina começou a reagir, principalmente com Fresco. Mas a virada hermana veio recheada de polêmica. Maira atacou bola boa, em diagonal curta. Claramente, bateu dentro, mas arbitragem deu fora. O Brasil começou a reclamar muito e o técnico Zé Roberto Guimarães perdeu a cabeça e deu um chute na bola, recebendo o cartão vermelho (que significa ponto para o adversário).

O Brasil já perdia por 12 a 9 e ainda discutia. Desestabilizada, a seleção deixou abrir cinco (14 a 9). Mayany entrou no lugar de Mara e conseguiu ajudar no bloqueio. Mas não foi o suficiente para estabilizar o time e segurar a boa atuação da oposta Fresco. Mais uma vez, a Argentina levou a melhor na parcial: 25 a 20.

Mayany seguiu no time para o terceiro set e Lana voltou no lugar de Paula. O Brasil até começou melhor e abriu 2 a 0 em um ponto de defesa de Macris. A levantadora defendeu e a bola voltou direto na quadra argentina. A vantagem durou pouco. Com Fresco muito bem e os erros de passe que assombraram a seleção nesse Pan, a Argentina abriu três pontos de vantagem no 12 a 9.

Tainara entrou no lugar de Lana e ajudou o time a melhorar um pouco. Com um ace de Lorenne e um ataque da ponteira, o Brasil empatou (12 a 12). Mas os erros de passe voltaram, Lorenne tomou mais um bloqueio e a Argentina voltou a abrir (16 a 13). A partir daí, a Argentina só administrou até fechar em 25 a 21, em mais um erro de passe do Brasil, e garantir o bronze.

Globo Esporte