O colunista da revista Época, Guilherme Amado, divulgou em seu blog, nesta sexta-feira (27), detalhes da campanha publicitária encomendada pelo Governo Federal para defender a tese do isolamento vertical. A campanha – com o slogan “O Brasil Não Pode Parar” – vai custar R$ 4,8 milhões (R$ 4.897.855,00). A contratação foi classificada com emergencial e, por esta razão, realizada sem licitação. O conteúdo está sendo produzido pela agência iComunicação.
O colunista explicou que a contratação sem licitação neste caso não é ilegal, pois um decreto de Bolsonaro autorizou a Secretaria de Comunicação (Secom) a fazer a contratação com dispensa de licitação. A Secom avaliou três propostas. O martelo foi batido por Carlos Bolsonaro. O Secretário Fabio Wajngarten ainda não voltou totalmente à ativa.
O governo federal se prepara para colocara campanha no ar possivelmente já amanhã. A peça central é um vídeo, ainda não finalizado, mas que já foi distribuído para a militância digital do presidente e circula em grupos de WhatsApp, em que um narrador menciona categorias profissionais e martela que o país não pode parar por eles.
Diz o narrador:
“Para os pacientes das mais diversas doenças e os heroicos profissionais de saúde que deles cuidam, para os brasileiros contaminados pelo coronavírus, para todos que dependem de atendimento e da chegada de remédios e equipamentos, o Brasil não pode parar. Para quem defende a vida dos brasileiros e as condições para que todos vivam com qualidade, saúde e dignidade, o Brasil não pode parar”.
O Instagram do governo federal publicou há pouco sobre a nova campanha, com a hashtag #OBrasilNãoPodeParar:
“Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade”, afirma a postagem — o que é desaconselhado pelas principais autoridades sanitárias do mundo.
O isolamento vertical, defendido na campanha, prevê que pessoas de grupos de risco para o Covid-19, como idosos e pessoas com doenças respiratórias, permaneçam isoladas, enquanto as outras pessoas seguem com suas vidas normais. A eficácia desse método é contestada por diversas autoridades sanitárias ao redor do mundo.
Diário da Paraíba com ClickPB