Primeira mulher na história a acender a pira olímpica, nos Jogos do México em 1968, Enriqueta Basilio morreu neste sábado (26) aos 71 anos de idade. “A família olímpica lamenta a morte da nossa querida Enriqueta Basilio, símbolo mundial”, informou o Comitê Olímpico Mexicano (COM) em comunicado.
Há 51 anos, Enriqueta competiu nos 400 metros livres e nos 80 metros com barreiras no atletismo dos Jogos Olímpicos do México, mas entrou mesmo para a história ao acender a pira na cerimônia de abertura. Em uma época em que pouco se falava sobre os direitos da mulher, a mexicana foi um símbolo de rebelião.
Nascida em Mexicali, perto da fronteira com os Estados Unidos, ela foi proibida pela família de praticar atletismo, algo considerado como não feminino. Só quando chegou ao ensino médio, Enriqueta pode mostrar seu talento.
“Havia tabus, outros conceitos estavam na moda. Eu tinha jogado basquete, mas passei para o atletismo porque não era um esporte de contato. Até que um técnico polonês me descobriu, e as autoridades convenceram meus pais a me deixar vir para a capital”, explicou Enriqueta à Agência EFE no ano passado, quando acendeu a pira olímpica mais uma vez, em uma cerimônia que comemorou os 50 anos dos Jogos do México.
A festa foi uma das últimas aparições públicas da ex-atleta. Com a saúde deteriorada pelo Mal de Parkinson, Enriqueta perdeu muito peso e a capacidade de se comunicar. Mas a imagem de Enriqueta, toda vestida de branco, subindo as escadarias do Estádio Olímpico Universitário para acender a pira olímpica ficará guardada na lembrança dos mexicanos para sempre.
Ao longo dos anos, a atleta contou que, ao pisar no primeiro degrau, deixou de ouvir qualquer barulho ao seu redor, só recuperando a consciência segundos antes de entrar para a história. Ainda não há detalhes sobre o funeral de Enriqueta, no qual se espera a presença das autoridades do país e das principais figuras do esporte mexicano.
Diário da Paraíba com Portal Uol – Foto: Daniel Aguilar
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