Traficante que posou para foto com caveirão é morto em operação da PM na Serrinha

Edno Rodrigo Ferreira Marçal, o Rei do Fumo, apontado pela polícia como gerente do tráfico do Complexo da Serrinha, em Madureira, foi morto durante uma operação do 9º BPM (Rocha Miranda) na favela.

O traficante foi identificado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP como um dos criminosos que posaram para fotos na frente e dentro de um caveirão da PM. As imagens desencadearam uma investigação que terminou com a denúncia de nove PMs à Justiça em agosto.

Além de Edno, também foi morto Wallace Martins Leite, o Coquinho, durante a ação, na tarde da última segunda-feira. Segundo os PMs que participaram da ação, quando chegaram a Rua Mestre Darcy do Jongo, viram criminosos armados, que atiraram nos agentes. Houve tiroteio. Dois fuzis foram apreendidos, um Colt, calibe 556 e um G3, calibre 762.

Durante a ação, um policial foi atingido por estilhaços, mas passa bem. Os dois criminosos foram levados pelos PMs para o Hospital estatual Carlos Chagas. Ambos chegaram à unidade mortos.

Edno aparece numa das fotos investigadas na frente de um caveirão, sorrindo e segurando um fuzil semelhante ao apreendido na ação em que foi morto.

A investigação que a Corregedoria da PM fez a partir das imagens concluiu que as fotografias foram tiradas no dia 12 de janeiro de 2014 num horário entre 10h30m e 12h30m. Dois funcionários da Cedae que trabalhavam no local no dia prestaram depoimento e confirmaram que viram os traficantes fazendo as fotos.

Numa das imagens, inclusive, é possível ver traficantes entrando no caveirão e policiais armados ao fundo. Oito PMs que estavam na favela no dia foram identificados pela Corregedoria. Esses policiais, entretanto, não foram denunciados à Justiça.

No final das investigações, a Corregedoria concluiu que um grupo de nove policiais da unidade, que incluía sete oficiais e dois praças, recebia dinheiro do tráfico para avisar os criminosos previamente sobre operações do 9º BPM.

São réus pelos crimes os majores Rodrigo Lavandeira Pereira e André Luiz Oliveira de Albuquerque, os capitães Marcelo Baptista Pereira, Rodrigo Antunes Vieira e Bruno Borges Vidal, os tenentes Adriana da Silva Góes Vista e Paulo Rodolpho Batista de Oliveira e os sargentos Robson Avelino de Lima e Flávio Fagundes Padiglione.

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