TV assembleia realiza programação especial para celebrar o Dia da Consciência Negra

A TV Assembleia paraibana irá exibir, nesta quarta-feira (20), a partir das 20h, uma série de produções especiais na ‘Semana da Consciência Negra’. A emissora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) preparou uma programação especial com o objetivo de refletir e celebrar a data, comemorada em 20 de novembro. Entre os trabalhos produzidos, destaca-se o ‘Nossa Paraíba’, que relata a vida dos quilombolas da comunidade Caianas dos Crioulos, no município de Alagoa Grande.

“O Legislativo Estadual faz questão de celebrar o ‘Dia da Consciência Negra’, pois essa data é importante para que seja possível refletir sobre as desigualdades neste país. Ainda hoje há pessoas que recebem tratamento diferente por causa da cor. É preciso lutar para que negros e brancos sejam vistos e tratados da mesma forma, pois necessitamos de uma sociedade mais justa e igualitária”, disse o diretor-geral de Comunicação da ALPB, Marcos Wéric.

No documentário ‘Nossa Paraíba’, a TV Assembleia mostra o artesanato, a agricultura, as manifestações culturais, com apresentação da dança do coco, e a culinária em Caiana dos Crioulos. O quilombo foi reconhecido, em maio de 2005, como um dos 13 legítimos quilombos brasileiros pela Fundação Cultural Palmares. Na época contava com 522 pessoas, sobretudo crianças e adolescentes, que vivem de culturas de subsistência, como mandioca, inhame, batata-doce, bem como da criação de animais e fruticultura.

No entanto, no passado chegou a ter por volta de dois mil habitantes, descendentes diretos de escravos que se instalaram por lá, por volta do século XVIII, supostamente vindos de Mamanguape. Na época, após uma rebelião ocorrida em um navio que aportou em Baía da Traição. Outra versão, contudo, dá conta de que Caiana surgiu de negros fugidos do Quilombo dos Palmares.

Na programação especial ainda consta o documentário ‘Sua Majestade, o Rei do Ritmo – Jackson do Pandeiro’, que conta a história do paraibano de Alagoa Grande que ajudou a popularizar a música nordestina no país com canções de xote, xaxado, coco e baião. O material perfaz a trajetória pessoal e profissional do “Rei do Ritmo”, desde a infância pobre até a fama e renome na música popular brasileira, através de diversos depoimentos, incluindo histórias inéditas de pessoas próximas e revelações de um grande artista brasileiro sobre os últimos momentos de vida do cantor.

José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande, na Paraíba, em 31 de agosto de 1919. Vindo de uma família de artistas populares, sua história reforça a influência da cultura negra na música nordestina. Jackson é considerado um dos maiores ritmistas da história da MPB. Em 54 anos de carreira, foi responsável, ao lado de Luiz Gonzaga, pela popularização nacional de canções nordestinas.

Outro destaque na grade de programação da TV Assembleia é o documentário ‘Dom José – Fazendo fortes os fracos’, que faz um relato da vida e obra do primeiro bispo negro do Brasil. Conhecido carinhosamente por Dom Pelé, foi um defensor da justiça social e dos direitos humanos e em defesa dos negros e oprimidos. Conhecido pelos apelidos de “Dom Zumbi” e “Dom Pelé”, foi reconhecido pela humildade com que exerce sua função e pelo trabalho social que realiza, em especial na defesa dos negros e oprimidos. O bispo atuou em defesa dos direitos humanos, contra a discriminação e o racismo.

Dom José Maria Pires nasceu em Córregos (MG), em 15 de março de 1919. Aos 11 anos entrou para o seminário, ordenando-se padre aos 22, em Diamantina. Sua ordenação a bispo veio em 1957, e a arcebispo, em 1965. Foi o terceiro bispo de Araçuaí e o quarto arcebispo da Paraíba, no período de 2 de dezembro de 1965 a 1995. Ao completar 75 anos de idade, encaminhou à Santa Sé seu pedido de renúncia, que foi aceito em 29 de novembro de 1995.

Em setembro de 2013 foi agraciado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Morreu em Belo Horizonte no dia 27 de agosto de 2017, aos 98 anos, em decorrência de insuficiência respiratória causada por pneumonia.

Outro programa especial é o ‘Observatório Cultural’, com o grupo percussivo Calungas, composto por mulheres que tocam sons afros. O grupo de percussão trabalha com pesquisa, ensino e prática de ritmos da cultura popular. Fechando a programação dedicada ao dia da consciência negra, a tevê exibe uma reportagem especial intitulada ‘13 de maio’, que aborda o tema da abolição da escravatura trazendo analises divergentes das que a história relata.

A TV Assembleia é exibida através do canal 40.2 (TV aberta) 14.2 (Patos e Região – TV aberta), 15.2 (Campina Grande e Região – TV aberta ) pelo canal 11 na net e 340.2, na Sky, GVT e Claro. Também pode ser acompanhada pelo canal do youtube.com/legislativopb e pelo @assembleiapb no instragram.

Diário da Paraíba com Agência-ALPB

Contato com a Redação: [email protected]