UFMG dá início a teste de vacina chinesa contra covid-19 em BH

Ensaio clínico envolve 852 voluntários que começarão a receber doses da vacina, que é desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) começa, nesta sexta-feira (31) os testes em 852 voluntários de uma vacina que está sendo desenvolvida pela empresa farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, de São Paulo.

Em Minas Gerais, as pesquisas estão sendo coordenadas pelo Centro de Desenvolvimento de Fármacos do ICB (Instituto de Ciências Biológicas) da UFMG, coordenado pelo professor Mauro Teixeira.

O docente participou de um seminário online nesta semana em que explicou os testes realizados em Belo Horizonte. Segundo ele, os voluntários serão acompanhados durante um período de até um ano após receberem as doses.

– Há um conjunto de estudos prévios que sugerem que a vacina chinesa é segura e eficaz, mas o voluntário é apenas um ‘doador’ que se propõe a participar, sem a certeza de que a viabilidade do medicamento será comprovada

De acordo com o professor, o ensaio clínico é caracterizado como “duplo cego”, o que significa que nem os voluntários, nem os profissionais que administram as doses sabem se eles receberão o medicamento desenvolvido pela Sinovac ou placebo.

Os testes também são “randomizados”, ou seja, a escolha de quem vai receber um ou outro é feita de forma aleatória. Os testes para essa vacina são exclusivos, neste momento, para profissionais da área da saúde.

Pesquisas

Ainda segundo Teixeira, o que credenciou a UFMG a fazer parte desses testes é a atuação da universidade nas pesquisa com a dengue.

– A infraestrutura da UFMG no campo das pesquisas em dengue e outros estudos possibilitou que estivéssemos hoje preparados, de certa forma, para os ensaios clínicos no contexto da covid-19

Próximos passos

A fase de testagem clínica em humanos, conhecida como fase 3, é a última antes da aprovação de uma vacina e tem o objetivo de testar a sua eficácia e segurança em humanos. Caso ela seja validada nesta etapa, precisa ser registrada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuída gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Brasil.

De acordo com o Instituto Butantan, a vacina desenvolvida pela Sinovac é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia conhecida e que já é aplicada em outras vacinas.

Aprovação

De acordo com o Governo de São Paulo, caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan vão firmar um acordo de transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito ao SUS. Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuição em todo o Brasil.

 

Diário da Paraíba com R7