Reuniões realizadas com empresários para “lotear” o fornecimento de merenda escolar em Campina Grande. Essa é uma das atividades que a Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) estão investigando durante a segunda fase da Operação Famintos. Essas reuniões, segundo a suspeita, tiveram a participação do vereador Renan Maracajá (PSDC), que era quem estaria promovendo os encontros, de acordo com um delator.
Renan Maracajá foi alvo de um mandado de prisão juntamente com outras sete pessoas na manhã desta quinta-feira (22). Renan Maracajá foi o vereador mais votado nas últimas eleições, obtendo 4.977 votos. Segundo a defesa do parlamentar, Renan Maracajá foi transferido para uma penitenciária que fica no bairro Mangabeira, na noite desta quinta-feira, depois de prestar depoimento.
No relatório do MPF, os investigadores afirmam que o vereador participava ativamente nas negociações, sendo o administrador, de fato, da empresa Lacet Comercial. Essa empresa teria participado de várias licitações no município.
Além disso, um dos empresários que foi preso na primeira fase da Operação Famintos disse em depoimento à Polícia Federal que teve encontros com Renan Maracajá e outros empresários, para falar sobre licitação.
O advogado de Renan Maracajá disse que vai entrar com um pedido de Habeas Corpus para o vereador, questionando os requisitos para o pedido de prisão, tendo em vista que Renan Maracajá nunca teria sido preso, nem respondido processos e estaria colaborando com as investigações sempre que foi solicitado.
Na segunda fase das investigações o foco é a distribuição dos alimentos diretamente para as escolas do município. Ao todo, são mais de 100 unidades escolares no total. Ainda de acordo com a Justiça, o esquema causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões. No documento da investigação, a operação fala como o vereador administrava a empresa investigada.
“Embora Renan Tarradt Maracajá formalmente não seja mais sócio da Lacet, ele ainda administra a empresa, de modo que Renan Oliveira Félix e André Nunes de Oliveira Lacet são, ao que tudo indica, “laranjas” utilizados para ocultar o controle de Renan Tarradt Maracajá sobre a pessoa jurídica. Isso foi confirmado por meio dos documentos apreendidos na residência de Renan Tarradt Maracajá e na sede da Lacet Comercial quando da execução das medidas de busca e apreensão cumpridas por meio da Operação Famintos”, relata o documento.
O G1 não conseguiu contato com Renan Oliveira Félix, nem com a defesa de André Nunes de Oliveira Lacet, que também foi preso nessa segunda fase da operação.
Diario da Paraiba com G1PB