Na sessão ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) desta quinta-feira (22), a vereadora Sandra Marrocos (PSB) usou a tribuna para rebater denúncias apresentadas pela vereadora Eliza Virgínia (PP) sobre a atual situação da educação no Estado da Paraíba e o processo educacional das instituições públicas da Capital.
Na sessão de ontem, a vereadora Eliza Virgínia afirmou que os alunos de postura de direita ou conservadora da Escola Técnica Estadual de Mangabeira Pastor João Filho, em João Pessoa, estão sendo coagidos ou ameaçados pela comunidade escolar. Ela ainda denunciou que ocorreram apresentações de situações lascivas durante a Primeira Semana da Diversidade da Escola Técnica de Mangabeira.
“Estou aqui hoje para falar contra toda inverdade na fala da vereadora Eliza Virgínia na manhã de ontem, quando tentou desqualificar os trabalhadores da Educação do Estado da Paraíba. Outra inverdade foi dizer que professores de outra Escola Estadual, Francisca Ascenção Cunha, nos Bancários, obrigaram estudantes a irem vestidos de forma adversa ao seu gênero, ou pagariam cinco reais. Nada disso aconteceu”, afirmou Sandra Marrocos.
Sandra esclareceu que houve que alguns estudantes que estão se formando decidiram obter fundos para realizarem sua festa de formatura. De acordo com ela, eles criaram dias temáticos para os alunos irem vestidos conforme a ocasião. “Então, houve o dia gótico, brega, do pijama e o dia do gênero diferente. Quem não fosse vestido de acordo com o tema, pagaria cinco reais para o fundo da formatura. Foi isso que aconteceu. Uma ação entre estudantes que estão se formando”, explicou.
A parlamentar revelou que a diretora da escola fez um Boletim de Ocorrência (BO) contra as inverdades ditas pela vereadora Eliza Virgínia. Ela apresentou um vídeo sobre a Primeira Semana da Diversidade da Escola Técnica de Mangabeira, com imagens dos diversos temas abordados: direitos LGBT, violência contra a mulher, feminicídio, população negra e mercado de trabalho.
“Foram apresentados diversos temas, mas a senhora vereadora só se toca na questão das pessoas LGBT. É muito ódio, que só traz o assassinato destas pessoas. A senhora [Eliza] precisa fazer uma retratação com os alunos e os professores. Disputa ideológica entre direita e esquerda sempre vai haver, mas não nos cabe inflamar o ódio. Sou da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente desta Casa, e trato com veemente indignação o desrespeito às crianças e aos trabalhadores da educação de nossa cidade”, comentou.
Apartes
A vereadora Eliza Virgínia ratificou que foi abordada por diversos pais de alunos, que trouxeram as denúncias, e que foi junto com os membros da Frente Parlamentar de Educação da CMJP investigar as denúncias. “Fui fazer a averiguação ontem (21), e foram os alunos que decidiram participar da reunião”, afirmou. Ela ainda apresentou um vídeo de sua fala, afirmando que foi um professor que criou a questão dos travestidos, e mostrando imagens da Semana da Diversidade com pessoas LGBT apresentando temas.
O vereador Marcos Henriques (PT), presidente da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente da CMJP, disse que ficou curioso sobre o assunto e afirmou que vai visitar a escola para averiguar a situação. “Recebi mensagens com imagens indicando que o trote dos alunos não teve nada a ver com a direção da escola. Ontem, houve a exposição dos alunos (crianças e adolescentes) por conta de todo o estardalhaço feito. Enquanto vereadores, precisamos ter o compromisso com a verdade”, arguiu.
Carlão (DC) afirmou que participou da visita junto com Eliza, enquanto Frente Parlamentar da Educação, porque a vereadora recebeu denúncias sobre a situação. “Temos o direito de fiscalizar a metodologia do ensino de nossa cidade”, reforçou.
Tibério Limeira (PSB) destacou que o debate envolvia crianças e adolescente, precisando assim, ser feito com equilíbrio, sem ânimos exaltados. “Não dá para extrapolar as prerrogativas de vereadores e fiscalizar diretamente. Com estudantes envolvidos, precisa haver um trâmite”, explicou.
Lucas de Brito (PV) afirmou que assistiu a um vídeo de pessoas “sensualizando” na Primeira Semana da Diversidade da Escola Técnica de Mangabeira. “Isso não condiz com o ambiente escolar de crianças e adolescentes”, asseverou.
Secom-cmjp