Os problemas se avizinham agora do MDB e do PSD, que passou ao controle da senadora Daniella Ribeiro há pouco mais de 1 mês.
NO MDB, a enrascada se tornou pública numa reportagem publicada pelo jornal o Estadão (o Estado de São Paulo), nesta terça-feira.
Um levantamento interno feito pela direção nacional aponta que, sem a candidatura da senadora Simone Tebet à presidência da República, 70% dos delegados da legenda votariam a favor do apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Apenas 30% optariam pelo apoio a Lula.
A candidatura de Simone Tebet, apesar do baixo índice nas pesquisas e da pressão de bolsonaristas, ainda desfruta de elevado apoio no MDB: 19 dos 27 diretórios, o que representa algo em torno de 75% dos votos da convenção nacional.
Em que pese essa situação interna, o risco de Tebet não consolidar a candidatura à presidência é grande, sobretudo em razão da falta de articulação dos partidos da direita liberal ou direita democrática (o PSDB, especialmente).
Se a candidatura de Simone Tebet sucumbir, o MDB do Nordeste ficará em maus lençóis, porque a ala majoritária não deverá apenas aprovar o apoio a Bolsonaro, mas levar o partido a ingressar oficialmente na coligação governista, o que pode inviabilizar alianças formas de lideranças nordestina com o ex-presidente Lula, inclusiva na Paraíba. O risco é alto.
Outra situação começou a ser desenhada em notas na imprensa nesta terça-feira. Seria a de uma aliança do PSD com o PDT de Ciro Gomes. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, teria descartado apoio à Lula no primeiro turno e admitido que Ciro é o único nome que ainda pode articular 3ª via.
Se essa articulação se concretizar, quem vai ficar em enrascada é a senadora Daniella Ribeiro, que, certamente, nem imaginava que seu novo partido poderia apoiar a candidatura de Ciro Gomes, o avesso de tudo que a família Ribeiro prega e faz.
De todo modo, o que tem acontecido nessas voltas e reviravoltas de rumos das legendas partidárias é a comprovação da total ausência de democracia interna nos partidos políticos nacionais, o que representa um péssimo exemplo para a democracia, e a constatação de que os políticos não seguem linhas programáticas nem guardam coerência com campos ideológicos.
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